A dor crônica é um desconforto persistente que dura mais de três meses e, em alguns casos, pode continuar por vários anos. Diferentemente da dor aguda, que é um sinal de alerta para lesões, a crônica não desaparece com a cura do problema original.
Além disso, causa diversos problemas para o dia a dia do paciente, como sofrimento constante, limitações nas atividades diárias, problemas emocionais, como ansiedade e depressão, e redução da qualidade de vida.
De acordo com dados do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos (ELSI-Brasil), financiado pelo Ministério da Saúde, 36,9% dos brasileiros com mais de 50 anos sofrem com dores crônicas. As suas causas podem envolver condições como artrite, fibromialgia, dor lombar crônica, enxaqueca e neuropatia diabética.
Apesar de serem normalmente englobadas apenas na classificação geral de “dores crônicas”, elas possuem algumas categorias que ajudam a direcionar melhor o seu tratamento, como explica o Dr. Luiz Fеlipе Carvalho, neuro-ortopedista e especialista no tratamento de dor.
“Saber exatamente que tipo de dor crônica você tem é importante para encontrar o tratamento certo e ter melhores resultados. Com essa informação, o médico pode escolher as melhores opções, como medicamentos ou terapias, para aliviar a dor de forma mais eficaz”, diz o médico.
Abaixo, confira os principais tipos de dores crônicas:
Esse tipo de dor acontece quando há alguma lesão ou inflamação nos tecidos. O sistema nervoso sente o problema e mantém o desconforto até que a lesão ou inflamação seja resolvida. Ela pode ser causada por queimaduras, pancadas, entorses, infecções ou outras situações similares.
A dor neuropática acontece quando há um problema no sistema nervoso . Isso é comum em condições como neuropatia diabética, estreitamento do canal medular, AVC (acidente vascular cerebral), entre outros. Esse tipo de desconforto costuma causar sensações de “agulhadas”, formigamento ou queimação.
Esse tipo de dor pode ser causada por problemas físicos, como dores de cabeça e hérnia de disco, ou por distúrbios no sistema nervoso, conhecidos como neuropatias.
Segundo o Dr. Luiz Felipe Carvalho, além do tipo de dor, existem outros fatores que contribuem para definir qual será o tratamento usado. “Para encontrar o tratamento ideal para dores crônicas é preciso considerar diversos fatores, a idade do paciente, seu histórico de saúde, a intensidade, a gravidade e o tipo das dores”, explica.
Ademais, os tipos de tratamento também são variados. “Para tratar dores crônicas, há diversas abordagens disponíveis, como o uso de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios para aliviar a dor, terapias físicas, técnicas de manejo da dor e, em alguns casos, intervenções mais avançadas, como bloqueios nervosos, tratamento com células-tronco ou procedimentos cirúrgicos”, completa o médico.
Apesar da dor crônica ser contínua para todos os pacientes, a sua intensidade pode variar em cada caso a depender de algumas variáveis, explica o neuro-ortopedista. “A dor é uma sensação desagradável que envolve tanto o corpo quanto o lado emocional e psicológico. Cada pessoa aprende a descrever a dor com base em suas próprias experiências, tornando-a sempre subjetiva e única para cada um”, afirma.
O médico explica que a percepção da dor varia muito de pessoa para pessoa por diversos motivos, como a genética, o estado emocional, experiências passadas e a saúde geral. Isso significa que a mesma dor pode ser sentida de maneiras distintas por pacientes diferentes.
Por Adriana Quintairos
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