A alergia alimentar ocorre quando o sistema imunológico responde de forma anormal a determinados alimentos, mesmo em quantidades mínimas, podendo causar reações que vão de leves a severas. Um exemplo disso foi o caso da influenciadora Dominique Brown, que morreu aos 34 anos após consumir alimentos aos quais era alérgica durante um evento de uma empresa do ramo alimentício.
“A alergia alimentar é uma reação adversa do sistema imunológico a determinados alimentos. O que acontece é que certas proteínas são identificadas como nocivas pelo organismo, ativando uma resposta imunológica exagerada que pode variar de leve a grave e envolver múltiplos sistemas do corpo”, diz a nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).
A médica acrescenta que é fundamental que indivíduos com alergia alimentar , assim como familiares e cuidadores, estejam bem informados e preparados para lidar com possíveis reações alérgicas. Por isso, a seguir, ela responde às principais dúvidas sobre o tema. Confira!
Os alimentos mais comuns que causam alergias alimentares são frequentemente referidos como os ‘oito grandes’ alérgenos, pois são responsáveis pela maioria das reações alérgicas alimentares. São eles:
Os sintomas de uma alergia alimentar podem variar amplamente em gravidade e podem afetar diferentes partes do corpo. Geralmente, aparecem dentro de minutos a algumas horas após a ingestão do alimento alérgeno. Na pele, podem surgir urticárias, prurido, eczema e angioedema, que é um inchaço das camadas mais profundas da pele.
Os sintomas gastrointestinais incluem dor abdominal, náusea, vômito e diarreia. Com relação aos sintomas respiratórios, podemos citar congestão nasal, rinorreia, espirros, tosse, chiado no peito, dificuldade para respirar e edema da glote, que é um inchaço na garganta que pode dificultar a respiração.
Também podem ocorrer sintomas cardiovasculares, incluindo tontura, desmaio, queda da pressão arterial e palpitações. Por fim, há o risco de anafilaxia, que é uma reação alérgica grave e potencialmente fatal, com sintomas como inchaço da garganta e dificuldade para respirar, queda acentuada da pressão arterial, perda de consciência, pulso rápido e fraco, erupções cutâneas generalizadas e coceira, além de sintomas neurológicos como confusão e ansiedade.
Ao perceber os sintomas de uma alergia alimentar, é importante agir rapidamente e de maneira apropriada para evitar complicações. Primeiro, é importante reconhecer e identificar a gravidade dos sintomas para, em seguida, administrar a medicação adequada.
Para sintomas leves a moderados, são indicados anti-histamínicos. Para sintomas graves ou sinais de anafilaxia, é recomendado o uso do autoinjetor de epinefrina. Em casos de sintomas graves ou após administração de epinefrina, é fundamental também ligar imediatamente para o serviço de emergência.
Enquanto a ajuda médica não chega, posicione a pessoa corretamente para facilitar a respiração, na posição sentada, semissentada ou deitada de lado se estiver inconsciente e monitore-a constantemente. Se os sintomas não melhorarem dentro de 5 a 15 minutos após a primeira dose de epinefrina e a ajuda médica ainda não tiver chegado, administre uma segunda dose do medicamento. E mesmo que a pessoa pareça melhorar, ainda é fundamental ser avaliada em um hospital. Reações bifásicas podem ocorrer, com os sintomas retornando após um período de melhora.
Em caso de suspeita de alergia alimentar, o mais importante é buscar um médico especialista em alergologia/imunologia. O especialista poderá solicitar:
Prevenir alergias alimentares envolve uma combinação de estratégias, especialmente para pessoas que já sabem que são alérgicas a determinados alimentos. É importante evitar os alimentos alergênicos com a leitura de rótulos, perguntar sobre ingredientes ao comer fora e utilizar produtos seguros.
Tome cuidado na cozinha devido à contaminação cruzada. O ideal é utilizar utensílios de cozinha separados. Além disso, é fundamental treinar amigos e familiares para reconhecer e responder a uma reação alérgica, certificando-se de que todos saibam usar um autoinjetor de epinefrina.
Sempre carregue um autoinjetor de epinefrina, anti-histamínicos e qualquer outra medicação prescrita e tenha um plano de ação claro para emergências alérgicas. É interessante também usar um bracelete ou colar que informe sobre a alergia alimentar e realizar consultas médicas regulares com um alergista para monitorar a condição, ajustar o plano de manejo e atualizar tratamentos.
Vale ressaltar ainda que, na infância, uma introdução alimentar orientada pelo pediatra e amamentação exclusiva até seis meses são estratégias que podem ajudar a prevenir o desenvolvimento de alergias alimentares.
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