O absorvente interno, desde sua criação, tem sido objeto de muitos mitos e verdades que circulam entre as mulheres. Enquanto algumas informações são fundamentadas em evidências científicas, outras são baseadas em crenças populares ou desinformação.
Em função disso, a ginecologista Juliana Sperandio, parceira da Pantys, esclarece algumas dúvidas mais comuns relacionadas ao uso de absorventes internos, fornecendo uma visão abrangente para ajudar as mulheres a tomar decisões informadas sobre a higiene menstrual. Confira:
Depende. É importante entender que o hímen não é uma barreira sólida que precisa ser “rompida”. O hímen é uma membrana fina e elástica que naturalmente se estica ao longo do tempo, devido a atividades físicas normais, como exercícios, uso de absorventes internos ou mesmo durante a menstruação.
Além disso, existem variações anatômicas de hímen: perfurado (já tem orifício), imperfurado, cribriforme (vários furinhos), dentre outros. Para hímens perfurados ou com qualquer orifício mesmo que menor, a inserção cuidadosa de um absorvente interno geralmente não causa ruptura, especialmente se feita com suavidade e seguindo as instruções do produto.
Verdade. O uso de um absorvente interno pode ser desconfortável para algumas mulheres, independentemente de serem virgens ou não. No entanto, isso não está diretamente relacionado ao status de virgindade. A sensação de desconforto pode ocorrer devido à falta de familiaridade com o processo de inserção, devido a um ajuste inadequado do tamanho do absorvente ou até mesmo de doenças específicas como endometriose e vaginismo. Com prática e escolha do tamanho certo, muitas mulheres encontram o uso de absorventes internos tão confortável quanto o uso de absorventes externos.
Verdade. Se usado corretamente, os absorventes internos são seguros para a maioria das mulheres, incluindo aquelas que são virgens. No entanto, existe um pequeno risco de infecção se o absorvente não for trocado regularmente – chamado síndrome do choque tóxico. É essencial seguir as instruções de higiene e trocar o absorvente conforme necessário para reduzir o risco de infecções.
Falso. Não há nenhuma razão médica ou biológica pela qual as mulheres virgens não possam usar absorventes internos. Como mencionado anteriormente, o hímen é uma membrana elástica que se adapta às mudanças no corpo, incluindo a inserção de um absorvente interno, especialmente quando são perfurados.
Os absorventes internos são projetados para serem usados confortavelmente por mulheres de todas as idades e status sexual. É fundamental escolher o tamanho e o tipo de absorvente interno adequados para o corpo de cada mulher, independentemente de sua experiência sexual. Além disso, sabemos que virgindade não é um conceito que necesariamente deveria ser relacionado à presença do hímen, visto que podem existir relações sexuais sem penetração.
Verdade. A duração de uso de um absorvente interno varia conforme o fluxo menstrual de cada mulher. Em geral, é recomendado trocar o absorvente interno a cada 4 a 8 horas para evitar o risco de infecções.
No entanto, em dias de fluxo mais intenso, pode ser necessário trocar com mais frequência. Durante a noite, não há nenhuma contraindicação específica em relação ao uso. É seguro dormir com ele, desde que seja trocado antes de dormir e imediatamente após acordar.
Falso. É impossível que um absorvente interno se perca no corpo, já que o colo do útero, localizado no final do canal vaginal, possui uma abertura muito pequena, na qual permite apenas a passagem de sangue ou espermatozoides, e a vagina é em fundo cego (sem contato com a cavidade abdominal). Caso haja qualquer intercorrência, o indicado é ficar em uma posição relaxada, como agachada, e fazer força para que ele saia. Se a dificuldade persistir, entre em contato com um profissional de saúde.
“O uso de absorvente interno por mulheres virgens é uma escolha pessoal e não deve ser limitado por mitos infundados. É importante que as mulheres tenham acesso à informação precisa e confiável sobre saúde menstrual para escolherem produtos adequados para o corpo, seguindo as instruções de uso e troca regularmente. Se surgirem dúvidas ou preocupações específicas, é recomendável buscar orientação médica ou consultar um profissional de saúde”, conclui Juliana Sperandio.
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