A apresentadora Ana Maria Braga testou positivo, pela quinta vez, para a Covid-19. Ela gravou um vídeo para as redes sociais explicando a situação. “Estou ótima, estou bem. Além da voz, não estou sentindo nada. Mas deu positivo, e eu não posso. Existem regras na Globo que dizem que, se você está com Covid, apesar de esse vírus estar mudando de cara e de fantasia toda semana, praticamente, não é permitido ir para a rede por motivos óbvios. Não é mais um problema sério de saúde, mas ainda requer cuidados”.
Ana não é a única famosa que já testou positivo mais de duas vezes para a doença. A cantora Joelma já revelou que teve covid 9 vezes e lida com as sequelas da doença. Entre as principais estão problemas digestivos severos, queda de cabelo e falta de energia. “Não posso repetir uma refeição, meu corpo já começa a inchar. A digestão é a primeira área que foi afetada. Também tenho queda de cabelo e sinto muita falta de energia”, desabafou.
O infectologista Eduardo Pandini, do Hospital São José, explica que o SARS-CoV-2 pode reinfectar a pessoa mais de uma vez, especialmente, porque percebemos que ele é um vírus que sofre mutações facilmente, ou seja, ao longo do tempo, ele se modifica apresentando variantes com características diferentes.
"Assim como outras infecções respiratórias, a Covid-19 requer cuidados, pois cada nova contaminação pode trazer danos ou alterações no sistema imunológico".
Em relação às sequelas pelo coronavírus, identificaram-se os problemas pulmonares, como a falta de ar, a tosse crônica e a fibrose nos pulmões; as complicações neurológicas, como a perda de memória e de atenção semanas após a manifestação da Covid-19 e, nos casos mais graves, o risco de trombose e de infarto. “As pessoas precisam se cuidar, pois, a cada episódio de infecção, todos esses riscos aumentam ainda mais”, enfatizou.
O infectologista comenta que há estudos que revelam que um indivíduo pode ficar até seis meses protegido após um período da doença e que de dois a três anos após a infecção, esses riscos de sequelas tendem a reduzir. “No entanto, é claro que se o indivíduo está a todo momento se contaminando pelo vírus, esse risco de sequelas - Covid longa, como chamamos -, aumenta”.
O médico diz que, no geral, a pessoa tende a ter um nível similar. Além da proteção natural que o próprio organismo desenvolve após seguidas contaminações, a vacinação ainda é a forma mais eficaz de proteger o corpo contra a doença, principalmente as formas mais agressivas.
“Mas vale lembrar que a vacinação - apesar de proteger, consideravelmente, contra doenças graves - não elimina a possibilidade de infecção. Então, mesmo uma pessoa vacinada pode ter diversas infecções, uma atrás da outra, se ela não se proteger de outras maneiras”, acrescentou. Para se ter ideia, disse Padini, um indivíduo vacinado por ter até 30 vezes mais proteção, principalmente contra a variante Ômicron, do que quem não vacinou.
Pessoas imunizadas têm menos propensão de desenvolver complicações de saúde. “Mas esse risco não é zero”, enfatiza o infectologista. Segundo ele, as vacinas protegem, mas não totalmente. O risco de reinfecção existe a todo instante, inclusive do quadro evoluir com gravidade. “É evidente que após apresentar vários episódios de Covid-19, o organismo desenvolve alguma proteção, mas ela não é satisfatória e é temporária”, pontua. A proteção oriunda da vacinação é maior do que a desenvolvida pelos processos de reinfecções.
Para identificar se a pessoa está reinfectada, o teste de PCR (swab) é o indicado. Como o vírus é altamente mutável, recomenda-se manter o calendário vacinal atualizado, pois as novas vacinas acompanham essas alterações virais. Cada país define como será o quadro de vacina.
“Idosos e pacientes imunossuprimidos devem redobrar a atenção em relação ao tema, para manter o organismo protegido”, disse. O médico finaliza recomendando que, ao apresentar um quadro gripal, o indivíduo faça uso de máscara e evite ficar em ambientes fechados e em contato com outras pessoas. “O autocuidado e a empatia para com o próximo são sempre boas maneiras para minimizarmos os casos da doença”, finaliza.
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