> >
Andressa Urach: veja quais são os riscos de fazer bifurcação da língua

Andressa Urach: veja quais são os riscos de fazer bifurcação da língua

A cirurgia é uma divisão feita ao meio da língua, que possibilita o movimento individual das partes divididas, sendo um procedimento cirúrgico feito por especialistas

Publicado em 31 de julho de 2024 às 20:00

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Andressa Urach fez bifurcação da língua
Andressa Urach fez bifurcação da língua. (Reprodução @Andressaurach )

Andressa Urach mostrou nesta quarta-feira, 31, como está se recuperando do procedimento de bifurcação da língua, popularmente conhecida como "língua de cobra", feito na última segunda-feira, 29. Ela mostrou a língua dividida ao meio e relatou dificuldades de falar e se alimentar.

"Estou salivando muito, tenho duas ínguas no pescoço, não consigo falar e está muito inchada a língua que quase não cabe dentro da boca. Dói bastante! Para engolir é bem difícil, estou tomando sopa batida no liquidificador para me alimentar", contou ela.

A língua bifurcada é uma divisão feita ao meio da língua, que possibilita o movimento individual das partes divididas, sendo um procedimento cirúrgico feito por especialistas.

A cirurgiã-dentista Marlei Bonella explica que a língua é um músculo que tem suas funções e desempenha um papel importante na articulação das palavras durante a fala e modula o fluxo de ar para produzir diferentes sons. "Uma das funções primárias da língua é auxiliar na mastigação dos alimentos, além de ajudar a movimentar o alimento na boca e a misturá-lo com a saliva para facilitar a quebra dos alimentos em pedaços menores, tornando-os mais fáceis de engolir e digerir. A cirurgia de bifurcação da língua prejudica a mastigação de alguns alimentos", diz.

A língua também ajuda no processo de engolir os alimentos e líquidos, a empurrar o bolo alimentar para a garganta. E tem as papilas gustativas que estão localizadas na língua e são ligadas a terminações nervosas, que passam a sensações de doce, salgado, amargo e azedo.

"Não vejo indicações para esse tipo de cirurgia. A mastigação fonética pode ser prejudicada. Além de dificultar a higienização da língua, com consequente acúmulo de resíduos alimentares, causando mau hálito e disseminação de bactérias para outras partes do corpo", diz a dentista. O procedimento pode causar hemorragia, inchaço, infecção na área dividida, entre outros.

Processo de cicatrização

O dentista Thiago Degli Esposti diz que a bifurcação da língua a coloca em vulnerabilidade, pois sua estrutura é repleta de nervos e de músculos. "Ao cortar o órgão, tecidos vão à falência, há um descontrole da salivação, mau cheiro e o local fica suscetível a bactérias, inflamações e hemorragias".

Ele explica que há complicações que podem acontecer não só antes, mas depois da cirurgia. “Materiais sem a devida esterilização e profissionais não capacitados colocam a vida da pessoa em risco. Pode haver uma parada cardíaca, dificuldade para respirar, perda e a alteração do paladar e, ainda, dificuldades na mastigação e deglutição dos alimentos”, pontua.

O tempo de cicatrização pode durar de duas a quatro semanas. O processo envolve o fechamento da ferida com a formação de tecido. 

Aspas de citação

O processo de cicatrização pode incluir desconforto e a necessidade de cuidados especiais com a alimentação

Marlei Bonella
Cirurgiã-dentista
Aspas de citação

Caso a pessoa decida reverter o procedimento, é necessário fazer uma cirurgia novamente para unir a ponta da língua. "A reversão pode não restaurar completamente a língua e pode haver cicatrizes ou perda de funcionalidade", ressalta a dentista.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

Tags:

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais