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Câncer de pênis: conheça os principais sinais e como se prevenir

Câncer de pênis: conheça os principais sinais e como se prevenir

Sociedade Brasileira de Urologia alerta que higiene, cirurgia de postectomia e vacinação contra o HPV estão entre as principais medidas para combater esse tumor

Publicado em 1 de fevereiro de 2025 às 09:00

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Dor no pênis
Presença de nódulos na virilha é um dos principais sintomas. (Shutterstock)

Ele pode começar com alterações na pele do pênis, como mudança de cor e na textura, podendo evoluir para presença de nódulo e ferida que sangra e secreção com mau odor. O câncer de pênis é um tipo de tumor raro, mas que no Brasil ainda atinge estatísticas alarmantes, apesar de na maioria das vezes poder ser prevenido de forma simples: higiene adequada, cirurgia de postectomia e vacinação contra o HPV.

Segundo dados obtidos pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) com o Ministério da Saúde, nos últimos dez anos, o Brasil registrou mais de 22,2 mil internações devido ao câncer de pênis. Nesse mesmo período, a média ultrapassou 580 amputações de pênis por ano. E de 2014 a 2023 foram contabilizadas mais de 4,5 mil mortes em decorrência dessa neoplasia.

A SBU realiza a quinta edição da Campanha de Prevenção ao Câncer de Pênis para conscientizar sobre a prevenção e tratamento precoce desse tumor. Durante todo o mês de fevereiro, médicos esclarecerão dúvidas sobre a doença nas redes sociais da entidade. E no dia 14 de fevereiro a SBU e suas seccionais realizam um grande mutirão de postectomias (retirada da pele que recobre a cabeça do pênis) em vários estados.

“Apesar de ser um dos poucos tipos de câncer que podem ser prevenidos, o Brasil ainda apresenta preocupantes índices relativos ao câncer de pênis, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Nosso maior objetivo com essa campanha é informar os homens que é possível prevenir e, caso ele surja, que seja diagnosticado e tratado de forma precoce, evitando a amputação do órgão”, alerta Luiz Otavio Torres, presidente da SBU.

Há uma relação estreita entre o câncer de pênis e a fimose, principalmente quando se trata do diagnóstico precoce da doença.

“A presença de fimose (excesso de pele que cobre a glande, impedindo que ela seja exteriorizada) pode ocultar uma lesão em fase inicial que poderia ser tratada de forma menos agressiva e mutilante, além de prevenir uma possível disseminação da doença em forma de metástase. O estímulo à realização de postectomias tem como objetivo educar os homens sobre a importância de uma higiene adequada do pênis, reduzir as chances de perda do órgão e possibilitar o diagnóstico precoce de lesões pré-malignas ou até já malignas", explica o médico José Calixto. 

A maior incidência do câncer de pênis costuma ocorrer em homens a partir dos 50 anos, mas ele também pode acometer os mais jovens.

Os sinais comuns da doença geralmente são:

Ferida que não cicatriza;

Sangramento sob o prepúcio; 

Secreção com forte odor; 

Espessamento ou mudança de cor na pele da glande (cabeça do pênis); 

Presença de nódulos na virilha.

Karin Jaeger Anzolch diz que os sinais de alerta não podem ser ignorados, pois são eles que auxiliam a fazer o diagnóstico o mais precoce possível, evitando suas consequências mais sérias. "E se houver fimose, procure logo corrigir. O diagnóstico precoce é muito importante, mas a prevenção é a melhor arma que se tem. Ações simples, como vacinação contra o HPV e higiene íntima adequada, podem prevenir centenas de casos todos os anos”. 

Um dos fatores que podem levar ao aparecimento do câncer de pênis é quando o homem tem dificuldade em expor a cabeça do pênis (glande) para higienizá-la, condição conhecida como fimose. Assim, quando a postectomia (cirurgia para correção da fimose) não é feita, pode acarretar acúmulo de esmegma (secreção), o que dificulta a higiene correta e propicia o desenvolvimento da neoplasia maligna.

Prevenção

O câncer de pênis pode ser prevenido com medidas como: 

Higiene adequada do pênis com água e sabão puxando o prepúcio;

Lavagem da região íntima após as relações sexuais;

Vacinação contra o HPV (disponível no SUS para a população de 9 a 14 anos e imunossuprimidos até os 45 anos);

Cirurgia de correção da fimose (postectomia);

Uso de preservativo para evitar ISTs.

Tratamento

O tratamento do câncer de pênis depende do estágio do tumor, podendo contemplar a remoção da lesão por meio de cirurgia, radioterapia, quimioterapia e até mesmo amputação de parte ou de todo o pênis.

O tratamento cirúrgico (penectomia), que se constitui em retirada do pênis, pode ser feito parcialmente, para casos iniciais, ou uma retirada completa do órgão, em casos avançados. Na remoção parcial, o paciente permanece com um coto peniano possibilitando urinar em pé e, dependendo do tamanho do coto, atividade sexual.

"Nos casos de remoção completa do pênis, a uretra é colocada na região de períneo (entre o escroto e o ânus), e o paciente precisa sentar-se para urinar, e a atividade sexual com penetração já fica impossibilitada. Em casos avançados, o principal local de disseminação da doença é para os gânglios da região inguinal e a realização de uma linfadenectomia inguinal bilateral se faz necessária. Atualmente conseguimos realizar a linfadenectomia inguinal por via laparoscópica ou robótica, o que permite uma recuperação mais rápida e taxas menores de complicação da ferida operatória", diz  o médico Maurício Cordeiro. 

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