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Câncer linfático: entenda o linfoma de Hodgkin que matou Pampa, do vôlei

Câncer linfático: entenda o linfoma de Hodgkin que matou Pampa, do vôlei

A doença origina-se com maior frequência na região do pescoço e na região do tórax denominada mediastino.

Publicado em 7 de junho de 2024 às 15:51

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Pampa, jogador de vôlei
Pampa, jogador de vôlei, faleceu vítima de câncer. (Reprodução)

O ex-jogador de vôlei André Felippe Falbo Ferreira, mais conhecido como Pampa, morreu nesta sexta (7) aos 59 anos. O campeão olímpico de vôlei, que conquistou o título nos jogos em Barcelona de 1992, sofreu uma reação adversa à quimioterapia e teve complicações pulmonares.

Ele lutava contra um linfoma de Hodgkin, tipo de câncer que se origina no sistema linfático pelo qual se espalha pelo corpo. Pampa estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), é um tipo de câncer que se origina no sistema linfático, conjunto composto por órgãos (linfonodos ou gânglios) e tecidos que produzem as células responsáveis pela imunidade e vasos que conduzem essas células através do corpo.

O linfoma de Hodgkin tem a característica de se espalhar de forma ordenada, de um grupo de linfonodos para outro grupo, por meio dos vasos linfáticos. A doença surge quando um linfócito (célula de defesa do corpo), mais frequentemente um do tipo B, se transforma em uma célula maligna, capaz de multiplicar-se descontroladamente e disseminar-se. A célula maligna começa a produzir, nos linfonodos, cópias idênticas, também chamadas de clones. Com o passar do tempo, essas células malignas podem se disseminar para tecidos próximos, e, se não tratadas, podem atingir outras partes do corpo. A doença origina-se com maior frequência na região do pescoço e na região do tórax denominada mediastino.

Os fatores de risco ainda não estão bem estabelecidos. "Estudos sugerem algumas associações em pessoas com sistema imune comprometido (infecção por HIV) e pacientes que fazem uso de drogas imunossupressoras. A infecção pelo EBV (mononucleoses) aumenta o risco de desenvolver a doença, embora o mecanismo de ação ainda não esteja bem definido. Membros de famílias em que uma ou mais pessoas tiveram a doença de Hodgkin têm risco aumentado de desenvolvê-la", diz a hematologista Daniela Ferreira Dias, do Instituto Paulista de Cancerologia.

Como a doença pode surgir em qualquer parte do corpo, os sintomas dependem de sua localização. Se desenvolver em linfonodos superficiais do pescoço, axilas e virilhas, formam-se ínguas indolores nesses locais. Se ocorrer na região do tórax pode se manifestar com tosse, falta de ar e dor torácica. "Já se for no abdome, pode haver dor ou aumento do volume abdominal. Sintomas de alerta são aumento de transpiração, febre, perda de peso sem causa aparente e coceiras pelo corpo", conta Daniela Ferreira Dias.

Como é feito o diagnóstico

Para investigação da doença, exames laboratoriais de sangue e de imagem (tomografias, ultrassonografia ou ressonâncias) são necessários. Para diagnóstico e confirmação da doença, é obrigatória a retirada de amostra do tecido doente por uma biópsia. Na doença de Hodgkin há presença de células denominadas Reed-Stenberg, nome dado em referência aos médicos que primeiramente descreveram a doença.

O linfoma de Hodgkin clássico é mais comum e tem 4 subtipos, mas há também um tipo predominante de linfócitos nodulares que representa cerca de 5% dos casos. Exames de PET-CT e biópsia de medula óssea podem ser necessários para estadiamento da doença. Dependendo do estágio da doença no momento do diagnóstico, pode-se estimar o prognóstico do paciente com o tratamento.

É uma doença que pode ser curável e o tratamento clássico consiste em poliquimioterapia (quimioterapia com vários medicamentos), com ou sem radioterapia associada. "Para os pacientes que não respondem ao tratamento inicial ou para aqueles em apresentam recaídas (retornos) da doença, outros tipos de quimioterapia, imunoterapia e transplante de medula óssea podem ser utilizados", finaliza. Os pacientes devem ser seguidos continuamente após o tratamento com realização de exames e consultas periódicas.

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