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Câncer terminal na gestação: entenda o caso da influenciadora Isabel Veloso

Câncer terminal na gestação: entenda o caso da influenciadora Isabel Veloso

A influenciadora, que luta contra um câncer terminal, anunciou, neste domingo, 11, que está grávida

Publicado em 12 de agosto de 2024 às 15:58

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 Isabel Veloso
Isabel Veloso, que luta contra um câncer terminal, anunciou, neste domingo, 11, que está grávida. (Reprodução @Isabelvelosoo)

A influenciadora Isabel Veloso revelou que está grávida. No Instagram, Isabel e Lucas posaram com a imagem do ultrassom e um Salmo bíblico na legenda: “Os teus olhos viram o meu embrião; todos os dias determinados para mim foram escritos no teu livro antes de qualquer um deles existir”.

A jovem foi diagnosticada com Linfoma de Hodgkin e, em janeiro deste ano, contou que os médicos deram uma previsão de seis meses de vida para ela. Apesar disso, ela contou que tem se sentido bem e com qualidade de vida.

Câncer na gravidez

O oncologista Fernando Zamprogno, da Rede Meridional, explica que é possível fazer o tratamento contra o Linfoma de Hodgkin em mulheres grávidas, talvez seja necessário realizar algumas adequações em termos de dosagem, por uma questão de efeitos colaterais durante o tratamento.

"É importante salientar que um estudo sobre esse assunto foi publicado no ano passado. Foi feita uma revisão sistemática da literatura onde foram encontrados, em meio de aproximadamente cinco mil estudos, 33 que avaliaram o tratamento de Linfoma de Hodgkin durante a gestação. E percebeu-se que não era diferente em outras mulheres. Então, tratar mulher grávida com Linfoma de Hodgkin não é diferente de tratar mulher não grávida. E até a taxa de má formação congênita é pequena, não é alterada pelo tratamento", explica o médico.

Basicamente os cuidados são de uma equipe multiprofissional, que vai envolver o obstetra da paciente, um onco-hematologista, o especialista em medicina fetal e um ultrassonografista. "A segurança de todo o tratamento vem dessa equipe multidisciplinar, envolvendo também os profissionais da enfermagem, farmacêuticos, todos monitorando os possíveis efeitos colaterais do tratamento da paciente e como está indo o bebê nesse período. Para que a gestação possa avançar bem a cada etapa", diz Fernando Zamprogno.

Fernando Zamprogno, oncologista
O oncologista Fernando Zamprogno fala como é tratamento do câncer. (Divulgação)
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É complexo, mas é possível ter uma gravidez tranquila, desde que haja uma boa abordagem multiprofissional entre os especialistas da paciente

Fernando Zamprogno
Oncologista
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Entenda a doença

O linfoma de Hodgkin (LH) é um câncer que acomete o sistema linfático que pode ser encontrado em diversas partes do corpo, sendo os principais os linfonodos (ínguas), baço e medula óssea. "É uma doença que pode se desenvolver em qualquer faixa etária, mas é mais comum entre adolescentes e adultos jovens (15 a 29 anos), adultos (30 a 39 anos) e idosos (75 anos ou mais)", diz a hematologista Daniela Ferreira Dias, do Instituto Paulista de Cancerologia.

A doença pode surgir em qualquer parte do corpo, e os sintomas dependem de sua localização. Se desenvolver em linfonodos superficiais do pescoço, axilas e virilhas, formam-se ínguas indolores nesses locais. Se ocorrer na região do tórax pode se manifestar com tosse, falta de ar e dor torácica. "Já se for no abdome, pode haver dor ou aumento do volume abdominal. Sinais e sintomas de alerta são aumento de transpiração, febre, perda de peso sem causa aparente e coceiras pelo corpo", conta Daniela Ferreira Dias.

Para investigação da doença, exames laboratoriais de sangue e de imagem (tomografias, ultrassonografia ou ressonâncias) são necessários. Para diagnóstico e confirmação da doença, é obrigatória a retirada de amostra do tecido doente através de uma biópsia. Na doença de Hodgkin há presença de células denominadas Reed-Stenberg, nome dado em referência aos médicos que primeiramente descreveram a doença.

O linfoma de Hodgkin clássico é mais comum e tem 4 subtipos, mas há também um tipo predominante de linfócitos nodulares que representa cerca de 5% dos casos. Exames de PET-CT e biópsia de medula óssea podem ser necessários para estadiamento da doença. Dependendo do estágio da doença no momento do diagnóstico, pode-se estimar o prognóstico do paciente com o tratamento.

É uma doença que pode ser curável e o tratamento clássico consiste em poliquimioterapia (quimioterapia com vários medicamentos), com ou sem radioterapia associada. "Para os pacientes que não respondem ao tratamento inicial ou para aqueles em apresentam recaídas (retornos) da doença, outros tipos de quimioterapia, imunoterapia e transplante de medula óssea podem ser utilizados", finaliza. Os pacientes devem ser seguidos continuamente após o tratamento com realização de exames e consultas periódicas.

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