O Wegovy (semaglutida), versão do Ozempic, chega às prateleiras das farmácias a partir de agosto de 2024 (sem data específica). Ele é a primeira injeção semanal aprovada para obesidade no Brasil. O país será o primeiro país da América Latina a disponibilizar o Wegovy para o tratamento de obesidade. Ele já está disponível em outros 10 países.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o remédio que trata a obesidade em janeiro de 2023. Em setembro do mesmo ano, ele também foi aprovado para o tratamento de adolescentes com obesidade.
A Novo Nordisk, empresa que o fabrica, explica que é o primeiro e único tratamento para obesidade com benefício cardiovascular comprovado, além de ser, no País, o primeiro e único análogo semanal do GLP-1 aprovado pela Anvisa para tratar pessoas que vivem com obesidade e sobrepeso com ao menos uma comorbidade relacionada ao peso.
O remédio (semaglutida 2,4 mg) é recomendado para o tratamento de adultos e crianças com 12 anos ou mais com obesidade, ou adultos com sobrepeso e comorbidades relacionadas ao peso.
A droga tem o mesmo princípio ativo do Ozempic. No entanto, enquanto o Ozempic é recomendado para diabetes tipo 2, o Wegovy tem indicação para obesidade e sobrepeso.
A endocrinologista Priscila Pessanha explica que o Wegovy está sendo indicado na bula para obesidade e para pessoas com sobrepeso com comorbidades associadas. "A indicação formal vem de um estudo que fala que a aplicação de 2.4 miligramas por semana, sendo a dose preconizada, que dá resultado para esse tipo de comorbidade. A gente já tem no mercado há algum tempo a semaglutida estudada em outra dose para pacientes diabéticos. Trata-se do Ozempic, que é a semaglutida injetável, com dose de 1 miligrama por semana, e o Rybelsus, que é a semaglutida oral, que a gente vai aumentado a dose gradualmente até 14 miligramas".
A médica conta que o medicamento é indicado para pacientes com obesidade, com IMC maior ou igual a 30, e para pacientes com sobrepeso (IMC maior ou igual a 27) com comorbidades associadas. "Desde que estejam também associados à mudança de estilo de vida, que inclui a reeducação alimentar e a prática de atividade física", ressalta Priscila Pessanha.
Segundo a médica, os efeitos colaterais não são muito significativos. "Mas, por conta de alguns efeitos colaterais, alguns pacientes não conseguem continuar tomando a medicação. Os mais comuns estão ligados à alteração do trato gastrointestinal, como enjoo, mal-estar. Alguns pacientes podem até ter vômitos na fase de adaptação. Pode também haver constipação intestinal ou diarreia. É preciso que seja aplicada a dose adequada a cada paciente. Pacientes que já tiveram pancreatite têm uma contraindicação absoluta do medicamento, pois o uso pode aumentar a chance de novos episódios de pancreatite", diz Priscila Pessanha.
Segundo informações da empresa, pesquisas clínicas comprovaram que o medicamento apresenta redução média de 17% do peso, sendo que um terço dos pacientes apresentam redução superior a 20%, além de diminuição de 20% no risco de eventos cardiovasculares adversos maiores.
O Ozempic é o tratamento de diabetes tipo 2 ganhou notoriedade nos últimos anos como aliado no emagrecimento de pessoas obesas ou com sobrepeso. "É um medicamento que contém o princípio ativo semaglutida, utilizado para tratar a diabetes 2", diz a endocrinologista Gisele Lorenzoni.
Especialistas ressaltam que a medicação é indicada e usada para o tratamento de obesidade e sobrepeso em pacientes diabéticos. Além de tratar o diabetes tipo 2 e reduzir a produção de insulina no sangue - que é a proposta do medicamento -, ele reduz o esvaziamento gástrico, fazendo com que a digestão fique mais lentificada, promovendo saciedade. "Ele tem uma ação melhor para controlar a glicemia se for associado a dieta e exercícios. E também é utilizado com outras medicações para diabetes quando, sozinho, não consegue controlar os níveis glicêmicos", explica Gisele Lorenzoni.
Por causa do 'efeito secativo', o Ozempic passou a ser indicado “off label” (fora da bula) por médicos, apesar de não ter aprovação da Anvisa nem da Novo Nordisk, para ser usado visando o emagrecimento. Porém, a endocrinologista alerta que só vale a pena tomar após criteriosa avaliação individual do paciente. "Só podemos prescrever uma medicação se houver respaldo científico e avaliação criteriosa do paciente".
A médica diz que é preciso estar atento ao princípio ativo do medicamento – no caso, a semaglutida – e assim, quem for alérgico a esse substância ou outras na fórmula, quem tem problemas no fígado, histórico de carcinoma medular de tireoide, pacientes com diabetes 1 e gestantes não podem usar.
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