Com a chegada da primavera, o aumento da presença de pólen combinado com o tempo seco e acúmulo de poluição, promete piorar os problemas respiratórios e alérgicos para muitos brasileiros. A estação, conhecida pelas flores, chega em um momento crítico, marcado por queimadas em diversas regiões do país, agravando a qualidade do ar e potencializando as reações alérgicas.
Embora a alergia ao pólen seja mais comum em países do hemisfério norte, estudos apontam que até 25% dos adultos brasileiros podem ser afetados pela condição. “Aqui no Brasil, o pólen das gramíneas é um dos causadores de alergias, com sintomas como coceira nos olhos e no nariz, espirros, lacrimejamento e vermelhidão”, explica Samara Vilela, imunologista e alergologista-pediatra do Hospital São Luiz Campinas, da Rede D’Or. Essas partículas se espalham rapidamente, e em ambientes com altas concentrações de poluição, como nas grandes cidades, o impacto nas vias respiratórias é ainda mais intenso.
Segundo Samara Vilela, a poluição, combinada com a poeira e o pólen, irrita as mucosas nasais, podendo provocar coriza, coceira, espirros, asma, entre outros sintomas. “Com o tempo seco, a umidade do ar diminui, o que resseca as vias aéreas e facilita a entrada de agentes nocivos. A combinação entre a fumaça das queimadas, poluição e a dispersão do pólen cria um cenário desafiador para aqueles que já têm predisposição a problemas respiratórios”, completa a especialista.
Para prevenção, é recomendado manter janelas fechadas em dias de vento forte, evitar atividades ao ar livre nas primeiras horas da manhã e utilizar umidificadores em ambientes internos para aliviar o ressecamento das vias respiratórias.
“O uso de máscaras, principalmente em áreas urbanas com altos índices de poluição, também é indicado. Hidratação constante e a lavagem nasal com soro fisiológico também são práticas importantes para evitar que as partículas de poeira e pólen se acumulem nas mucosas”, orienta a imunologista.
No caso das alergias, é fundamental manter o tratamento em dia para evitar quadros graves, com acompanhamento de especialistas como imunologistas, alergologistas e otorrinolaringologistas. Para pacientes com alergia comprovada ao pólen, pode ser avaliado a imunoterapia de acordo com cada caso.
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