A polícia do Amazonas investiga a morte da ex-sinhazinha do Boi Garantido, Djidja Cardoso e uma seita que a mãe e o irmão da vítima estariam envolvidos. A cetamina, droga encontrada na casa de Djidja e supostamente utilizada pela família, é um anestésico de uso humano e veterinário. Ela foi descoberta em 1962 e está na Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial de Saúde.
O psiquiatra José Luis Leal, da Rede Meridional, explica que a cetamina é um medicamento utilizado, principalmente, para induzir e manter a anestesia. "No entanto, há alguns anos vem sendo usada como droga de abuso, porque causa estado alterado de consciência, algumas vezes misturadas a outras substâncias como a cocaína".
O médico esclarece que a cetamina utilizada em centros cirúrgicos não tem aprovação para tratamento antidepressivo, porém há estudos demonstrando eficácia antidepressiva e ao comportamento suicida. “No entanto, é usada em dose bem abaixo das doses anestésicas, com menos efeitos adversos, inclusive menor risco de uso abusivo e nocivo à saúde”, revelou.
Atualmente há no Brasil, aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a escetamina intranasal é utilizada para tratamento de depressão resistente aos medicamentos por via oral e para depressão moderada a grave, com comportamento suicida. “Mesmo em dose baixa, os pacientes podem apresentar sintomas psicóticos e dissociação, pode causar sedação, elevação da pressão arterial, náuseas e vômitos, porém na dose sub anestésica estes efeitos colaterais tendem a melhorar rápido, a cada nova aplicação".
O especialista enfatiza que qualquer prescrição de medicamento exige cuidado. “Tanto a cetamina quanto a escetamina devem ser utilizadas em ambiente hospitalar, em razão do risco de pico da pressão arterial, se o paciente apresenta aneurisma ou doença cardíaca”, alerta.
Entre os efeitos colaterais apresentados pelo uso da substância, o psiquiatra avalia que depende da dose. “No caso do uso com indicação psiquiátrica, na qual utilizamos dose bem abaixo das doses anestésicas e de abuso ou dependência, há frequência mais alta de dissociação, que geralmente dura no máximo cinco minutos e não exige tratamento medicamentoso, sendo passível resolver com medidas ambientais”.
O médico afirma ainda que atualmente, existem pesquisas que buscam identificar se a psicoterapia assistida durante este tratamento resulta em melhor resultado terapêutico. Há chances do paciente apresentar náuseas, eventualmente vômitos e sedação, que dura em torno de duas horas após o final da infusão do medicamento.
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