> >
Cetamina: o que é a substância ligada à morte de Djidja Cardoso

Cetamina: o que é a substância ligada à morte de Djidja Cardoso

A cetamina é um anestésico hospitalar usado em diversos países, incluindo o Brasil, com a finalidade de sedação

Publicado em 3 de junho de 2024 às 18:09

Ícone - Tempo de Leitura 2min de leitura
Djidja Cardoso
A ex-sinhazinha do Boi Garantido, Djidja Cardoso morreu na última semana. (Reprodução @Djidjacardoso)

A polícia do Amazonas investiga a morte da ex-sinhazinha do Boi Garantido, Djidja Cardoso e uma seita que a mãe e o irmão da vítima estariam envolvidos. A cetamina, droga encontrada na casa de Djidja e supostamente utilizada pela família, é um anestésico de uso humano e veterinário. Ela foi descoberta em 1962 e está na Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial de Saúde.

O psiquiatra José Luis Leal, da Rede Meridional, explica que a cetamina é um medicamento utilizado, principalmente, para induzir e manter a anestesia. "No entanto, há alguns anos vem sendo usada como droga de abuso, porque causa estado alterado de consciência, algumas vezes misturadas a outras substâncias como a cocaína".

O médico esclarece que a cetamina utilizada em centros cirúrgicos não tem aprovação para tratamento antidepressivo, porém há estudos demonstrando eficácia antidepressiva e ao comportamento suicida. “No entanto, é usada em dose bem abaixo das doses anestésicas, com menos efeitos adversos, inclusive menor risco de uso abusivo e nocivo à saúde”, revelou.

Atualmente há no Brasil, aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a escetamina intranasal é utilizada para tratamento de depressão resistente aos medicamentos por via oral e para depressão moderada a grave, com comportamento suicida. “Mesmo em dose baixa, os pacientes podem apresentar sintomas psicóticos e dissociação, pode causar sedação, elevação da pressão arterial, náuseas e vômitos, porém na dose sub anestésica estes efeitos colaterais tendem a melhorar rápido, a cada nova aplicação". 

José Luis Leal, infectologista
O psiquiatra José Luis Leal fala sobre o uso da droga. (Divulgação)
Aspas de citação

Usada em dose alta, com finalidade recreativa, há risco de desenvolver uso nocivo e dependência

José Luis Leal
Psiquiatra
Aspas de citação

O especialista enfatiza que qualquer prescrição de medicamento exige cuidado. “Tanto a cetamina quanto a escetamina devem ser utilizadas em ambiente hospitalar, em razão do risco de pico da pressão arterial, se o paciente apresenta aneurisma ou doença cardíaca”, alerta.

Entre os efeitos colaterais apresentados pelo uso da substância, o psiquiatra avalia que depende da dose. “No caso do uso com indicação psiquiátrica, na qual utilizamos dose bem abaixo das doses anestésicas e de abuso ou dependência, há frequência mais alta de dissociação, que geralmente dura no máximo cinco minutos e não exige tratamento medicamentoso, sendo passível resolver com medidas ambientais”.

O médico afirma ainda que atualmente, existem pesquisas que buscam identificar se a psicoterapia assistida durante este tratamento resulta em melhor resultado terapêutico. Há chances do paciente apresentar náuseas, eventualmente vômitos e sedação, que dura em torno de duas horas após o final da infusão do medicamento.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

Tags:

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais