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Congelamento de óvulos: entenda o tratamento feito por Tata Werneck

Congelamento de óvulos: entenda o tratamento feito por Tata Werneck

Apresentadora, de 41 anos, contou sobre sua experiência nas redes sociais; Médica aponta que cada vez mais mulheres decidem ter filhos mais tarde e comenta importância do planejamento

Publicado em 17 de março de 2025 às 15:23

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Tata Werneck contou que congelou óvulos
Tata Werneck contou que congelou óvulos. (Reprodução @Tatawerneck)

A atriz Tata Werneck contou em suas redes sociais que congelou óvulos. Ela, que já é mãe de Clara Maria, de 5 anos, relatou sobre sua experiência: "Consegui voltar a malhar. Acabei de fazer um processo de congelamento de óvulos, estava bem inchada e sensível, que acho que é o meu normal".

Em 2022, a apresentadora, que está atualmente com 41 anos, já havia comentado sobre a decisão em realizar o procedimento. “Minha gravidez foi complicada. Tive enjoos até o fim e dois meses de descolamento de placenta em que precisei fazer repouso. Mas no minuto em que a Cacá nasceu, olhei para ela e me apaixonei perdidamente. Já vi que ia querer mais filhos. Amo ser mãe. Tenho medo de outra gestação difícil, mas, se isso acontecer, tudo bem. A maternidade é uma realização para mim”, disse em entrevista na época.

Passo a passo para congelar óvulos

O congelamento de óvulos é uma técnica indicada, em especial, para mulheres que desejam postergar a maternidade por motivos pessoais, seja ele relacionado à carreira, ao planejamento familiar de longo prazo ou ainda por questões relacionadas à saúde. Há também aquelas que aguardam a chegada do parceiro ideal para, então, formar uma família. 

“Nós recomendamos que a consulta com um especialista em reprodução assistida entre no check-up da mulher até os 30 anos, para que se faça uma avaliação da sua reserva ovariana e avaliar a possibilidade de congelamento dos óvulos, especialmente quando já possuem histórico na família de menopausa precoce, ou se possuem endometriose, por exemplo, que podem reduzir a reserva ovariana de forma mais acelerada. Porém, na maioria das vezes, as pacientes já chegam na clínica com mais de 35 anos, quando já houve uma perda muito acentuada de óvulos”, explica Larissa Matsumoto, especialista em Reprodução Assistida da Vida Bem Vinda, unidade do FertGroup.

Essa necessidade de atenção ao tempo, vale lembrar, é justificada na literatura médica, pois a fertilidade da mulher está intimamente relacionada à idade. “Isso porque as mulheres nascem com cerca de dois milhões de óvulos, que vão diminuindo ao longo do tempo. Sabemos que aos 37 anos, já perdemos 90% dos nossos óvulos. Os homens, que produzem espermatozoides a vida inteira, mas perdem em qualidade”, pontua.

Por esse motivo, mesmo que a gestação seja um plano futuro ou ainda inexistente, é importante que hajam alternativas posteriores, conforme o desejo da mulher. “Quando há muita espera na tomada de decisão da gestação, e não é realizado um planejamento, as chances de sucesso dos tratamentos de fertilidade podem ser menores, pois além da quantidade, a qualidade desses óvulos também é afetada com o tempo. Perdemos a capacidade de produzirmos embriões com potencial de gerar a gravidez", alerta a médica.

Contudo, é importante ressaltar que, embora seja uma boa alternativa para não ficar presa ao relógio biológico, isto é, ter um prazo para engravidar, a técnica de congelamento exige um passo a passo cuidadoso, além de um bom acompanhamento médico. “Hoje a quantidade de mulheres que congelam óvulos ainda é muito pequena, e nós precisamos melhorar esse cenário, tendo em vista que as chances de gravidez de forma natural, caem ao longo dos anos, e uma mulher com 40 anos, ao longo de um ano possui 20% de chances de engravidar naturalmente, antes dos 35, idade ideal para o congelamento, 85% das mulheres conseguem a gestação de forma natural”, argumenta a especialista.

ENTENDA AS ETAPAS DO CONGELAMENTO DE ÓVULOS

ESTIMULAÇÃO

O primeiro passo para realizar o procedimento é procurar uma clínica de reprodução assistida onde, inicialmente, os especialistas vão solicitar exames para avaliar a reserva ovariana e planejar o número de óvulos a serem congelados, para que ofereçam chances de gestação no futuro. Depois, é feito um estímulo para que estes óvulos se tornem maduros. O estímulo ovariano, com medicações, possibilitará a captação do número de óvulos que o ovário tenha naquele mês, avaliado pela reserva ovariana. Isso porque, normalmente, o organismo disponibiliza um lote de folículos por mês, mas o ovário só consegue amadurecer um óvulo por ciclo menstrual. A estimulação ovariana potencializa esse processo.

Nessa fase são aplicadas injeções hormonais de gonadotrofina na barriga por cerca de dez dias para estimular o crescimento dos folículos ovarianos, onde estão “guardados” os óvulos. A dosagem varia de acordo com a necessidade de cada paciente.

Esse procedimento pode ter efeitos colaterais como dores de cabeça, inchaço abdominal, alterações de humor, entre outros sintomas. Mas durante todo esse processo, que dura entre uma e duas semanas, a evolução da paciente é acompanhada através de ultrassonografias, até a definição da coleta dos óvulos.

COLETA

Após a estimulação, é hora de marcar o dia da coleta, que dura em média de 15 a 30 minutos, e ocorre com a paciente anestesiada. Lembrando que algumas mulheres não sentem nenhum desconforto após a coleta, enquanto outras podem ter cólicas por um ou dois dias. O procedimento é rápido, e de baixo risco.

CONGELAMENTO

Já no laboratório, cerca de duas horas após a coleta, os óvulos são avaliados, e apenas os maduros e saudáveis seguem para um processo de congelamento.

Durante essa fase, os óvulos são tratados com substâncias crioprotetoras e imersos em nitrogênio líquido a 196ºC negativos, processo conhecido como vitrificação. Isso é o que os protege e diminui a quantidade de líquido em seu interior, evitando a formação de cristais (responsáveis por danificá-los).

Por fim, eles são congelados em paletas identificadas e armazenadas em tanques por prazo indeterminado, ou seja, podem ser usados quando a paciente desejar. No entanto, vale dizer, o Conselho Federal de Medicina (CFM) orienta que a fertilização in vitro seja realizada até os 50 anos, pois, a partir dessa idade, há um aumento expressivo de complicações durante a gestação.

DESCONGELAMENTO E FERTILIZAÇÃO

Quando a mulher decide que chegou a hora de engravidar basta procurar a clínica para dar andamento no procedimento, isto é, retirar os óvulos do nitrogênio líquido para serem fecundados junto ao espermatozóide do parceiro (ou de um doador anônimo), através da fertilização in vitro (FIV).

Depois, os embriões escolhidos são implantados no útero. “Não é 100% de certeza que a paciente vai conseguir engravidar, por isso, o ideal é congelar no mínimo 15 óvulos, para uma mulher de até 35 anos, e calculado de acordo com a idade, caso esta mulher deseje realizar o processo mais tardiamente, isso para que as chances de gravidez sejam altas”, conclui a especialista.

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