A jornalista Michele Loreto, de 44 anos, revelou que tem dermatite atópica, uma doença autoimune e sem cura.“Você já ouviu falar? Dá muita coceira, vermelhidão, deixa a pele ressecada, grossa. Imagina que sua pele é um muro de tijolo e entre os tijolos tem o rejunte, a proteção para não deixar nada passar... Só que, quem tem a dermatite atópica, tem esse muro sem rejunte em vários lugares. Ou seja: tem uma pele mais exposta, e com menos proteção”.
Ela contou que os sintomas apareceram ainda na infância. “Em mim apareceu quando eu tinha três anos, na infância, assim como acontece com 80% das pessoas que têm dermatite atópica. Meus pais demoraram para ter o diagnóstico certo. Eu voltei a manifestar a doença na adolescência, depois aos 25 anos".
A jornalista disse ainda que aprendeu que a doença pode se manifestar de diferentes maneiras durante a vida. Que é possível tratar e também controlar as crises. Então, não espere muito. Se você tem dermatite atópica, procure um dermatologista”.
A dermatite atópica é uma doença inflamatória crônica não contagiosa, em que há um comprometimento importante da barreira cutânea e alterações imunológicas do organismo, afetando principalmente crianças. "Trata-se de uma condição que envolve ressecamento cutâneo, lesões avermelhadas e coceira na pele, com predileção por áreas de dobras do corpo", diz a dermatologista Pauline Lyrio.
A médica explica que a causa exata da dermatite atópica não é totalmente esclarecida, mas acredita que seja resultante da interação da predisposição genética, deficiência da barreira cutânea e resposta imunológica do indivíduo com o meio ambiente.
A principal característica provocada pela dermatite atópica é o surgimento de uma pele muito ressecada com coceira intensa, que favorece o surgimento de lesões por escoriações pelo ato de coçar. "Além disso, podem-se observar áreas mais avermelhadas, especialmente na região das dobras dos braços e das pernas. Também podem ser observadas, às vezes, áreas de pele mais claras que o tom normal ou com espessamento devido à irritação causada pela inflamação e coceira prolongada. Não é incomum observarmos associação dessa condição com quadros de asma e rinite alérgica", conta a dermatologista.
Pauline Lyrio conta que o tratamento da dermatite atópica visa, basicamente, reparar a barreira cutânea danificada com hidratação vigorosa da pele, controlar os sintomas de coceira com ativos tópicos ou orais (à base de corticoides, imunomoduladores, antialérgicos e, até mesmo, imunobiológicos), reduzir a frequência dos surtos de piora e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida dos pacientes
A hidratação da pele com uso de substâncias emolientes e umectantes é fundamental, pois auxiliará na recuperação da barreira cutânea, como também na prevenção de novos surtos. "Recomendam-se hidratantes com característica hipoalaergênica, sem fragrâncias, nem aditivos e conservantes, 2 vez ao dia, sendo uma dessas aplicações imediatamente após o banho, para evitar evaporação e reter água nas camadas mais superficiais da pele, potencializando o efeito de hidratação".
Para prevenção da doença, recomenda-se manter a hidratação contínua com produtos adequados e identificar e evitar possíveis fatores desencadeantes das crises. "Evitar banhos excessivos, com temperaturas elevadas e duração prolongada; evitar uso de sabonetes agressivos e uso de esponjas durante o banho; evitar superagasalhamento, que pode levar à sudorese excessiva; evitar uso de tecidos que provocam coceira como lã e sintéticos; e evitar contato com pó, pelos, perfumes, produtos químicos e ácaros", diz a médica.
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