A busca por músculos vem com um pacote fechado para algumas pessoas: atividades físicas e boa alimentação. A dupla preenche o dia a dia dos interessados em conquistar um corpo ‘sarado’, mas a atenção para a água também deve entrar no pacote. O líquido auxilia no metabolismo, o que impacta na conquista da famosa barriga de tanquinho.
Isso porque o glicogênio muscular - elemento responsável pela energia do corpo - é nutrido por carboidratos, mas também pela água. A cada uma grama de glicogênio outras três gramas de água estão ligadas a ele. Ou seja, é no meio aquoso que acontece a ação energética das enzimas necessárias para abastecer os músculos.
Então não basta somente comer muito arroz e batata, se hidratar é essencial. “Se a pessoa está desidratado e chega a menos de 2% da massa corporal de água, pode acontecer uma alteração hormonal, e isso afeta a performance nas práticas dos exercícios e a contração muscular”, afirmou o educador físico especialista em fisiologia do exercício Richard Leite.
A nutricionista Maria Rita Garcia reforça o impacto nas atividades físicas. De acordo com ela, com o tempo, a falta de água afeta a qualidade da fibra muscular e mesmo com a definição de um membro, a pessoa pode não ter forças para aguentar uma certa quantidade de peso.
A dificuldade de completar a sequência de exercícios afeta a qualidade das atividades feitas. Quando não se tem forças o suficiente para, por exemplo, terminar aquela sequência braçal com halteres pode ser falta de água. Assim, o resultado desejado no corpo acaba levando mais tempo para ser alcançado.
É junto da creatina que acontece outra ação do H20 dentro desse processo. A substância também atua na parte da produção de energia para as células musculares, com o estímulo na execução das funções, aumento de força e potencial nas atividades. Por meio dela, acontece a retração de água intracelular devido a concentração elevada de creatina nas células do músculo.
Com isso, é gerada uma diferença de concentração que provoca a entrada de água nas células, conhecida como retenção hídrica, que é necessária para o ganho muscular. A regulação da temperatura interna também se dá pela água contida dentro do organismo. Por ter capacidade de conduzir a temperatura, a evaporação do nosso suor eliminado durante exercícios consegue manter a temperatura corporal dentro de limites fisiológicos.
Apesar de toda essa participação, a água não é um fator único para quem quer ficar forte. "É um processo fisiológico. A água não faz o músculo crescer sozinho. Mas o músculo é formado de 76% de água, então ajuda", analisou Richard.
A água é a opção ideal, mas não é única. Segundo Maria Rita, isotônicos, sucos e frutas podem ser consumidos no lugar da água. “Existem pessoas com intolerância a beber muita água. A água é o ideal, mas elas podem consumir essas outras bebidas com o mesmo objetivo”, analisou.
A quantidade ideal de líquido a ser consumido também é variável, assim como a forma de consumir. Para descobrir quantos litros o corpo deve receber, é preciso ir a um nutricionista. O profissional saberá indicar, pois ela muda de acordo com o peso de cada pessoa.
Outros fatores também podem alterar a quantidade ideal de água a ser consumida. Richard explicou que a temperatura do ambiente, tipo de exercício, a duração da atividade e a intensidade alteram a quantidade a ser contabilizada durante o dia.
“É um cálculo que precisa ser feito para atender o mínimo que uma pessoa precisa. Se alguém mora em um lugar de altitude, acima de três mil metros por exemplo, precisa se hidratar mais pois quem vive nesses locais acabam respirando mais. Um quarto de tudo que você toma é só para repor o que foi perdido”, contou o fisiologista do exercício.
*Mikaella Mozer é aluna do 25º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta e foi supervisionada pela gerente do Estúdio Gazeta, Mariana Perini.
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