A influenciadora Viih Tube utilizou as redes sociais no último domingo (15) para detalhar o quadro de saúde do filho mais novo. De acordo com o boletim médico do hospital Albert Eistein, em São Paulo, Ravi Di Felice passou 20 dias internado devido a um quadro de enterocolite, uma lesão inflamatória que afeta o trato gastrointestinal.
Fruto do casamento de Viih Tube e do ex-bbb Eliezer, Ravi nasceu no dia 11 de novembro e foi internado no dia 25 do mesmo mês. A princípio, os pais só haviam informado que o caso era grave. Assim que o bebê recebeu alta, a influenciadora sentiu-se confortável para compartilhar como foram as últimas três semanas e detalhar o diagnóstico.
De acordo com o cirurgião pediátrico da Unimed Vitória Jorge Abikair Filho, a condição é pouco comum em bebês termos - aqueles que nascem entre 37 e 42 semanas de gestação -, mas a chance ainda existe.
Além do risco de evoluir para uma perfuração intestinal, a enterocolite também pode levar a uma infecção generalizada, sepse e até à morte. “Cerca de 20% dos casos evoluem para óbito”, pontua.
Segundo o médico, existem alguns tipos de enterocolite. Entre elas, a necrosante, a pseudomembranosa, a neutropenia, a hemorrágica e a retocolite ulcerativa.
Jorge Abikair Filho explica que não é possível definir a causa da doença, mas algumas condições de estresse neonatal ou perinatal podem se aproveitar das baixas condições imunológicas de bebês recém-nascidos e levar à inflamação. "A condição se instala levando rapidamente a um quadro grave infeccioso", destaca.
Associações genéticas ainda não foram definidas como fatores de risco para a doença, explica o cirurgião pediátrico. “A não ser em condições em que o recém nascido tenha outra doença congênita associada, como, por exemplo, a doença de Megacolon Congênito, onde a enterocolite aparece como a principal causa de morte nesses bebês”, diz.
Outra possibilidade é de que alguns fatores ambientais influenciem na inflamação. Leite artificial contaminado e bolsa rota prolongada são condições que podem levar à enterocolite.
“A conclusão é de que pode ter tido um quadro infeccioso (…) mas mostrou que ele tem um quadro alérgico. Existe uma condição em que a enterocolite pode ser induzida por uma alergia à proteína do leite de vaca. Chegou-se à conclusão de que ele tem uma alergia severa, então, provavelmente, a enterocolite foi causada, foi induzida por uma alergia severa que atacou o intestino dele”, especificou Viih Tube em seu perfil do Instagram.
Além de distensão abdominal, sangue nas fezes e vômitos, bebês recém-nascidos também podem apresentar sintomas como letargia e alterações da frequência cardíaca e respiratória. Como consequências, o bebê pode manifestar falhas de crescimento e deficiências de desenvolvimento.
De acordo com o cirurgião pediátrico da Unimed Vitória Vitor Fitaroni Neves da Cunha, é possível que o neném nasça saudável e passe a demonstrar alguns sintomas dias após o parto, como foi o caso de Ravi. “A exposição a bactérias podem provocar infecção intestinal”, salienta.
"O Ravi foi apresentar [os sintomas] 15 dias após o nascimento (…) Sempre esteve bem clinicamente. Mesmo sendo no intestino, a barriga nunca distendeu, nunca ficou grande ou dura, como acontece com muitos bebês prematuros com enterocolite, que é um dos principais sinais. O único sintoma que ele teve foi uma hemorragia, muito sangue nas fezes (…) Ele fez duas fraldas com muita hemorragia”, detalhou Viih Tube.
Como indica Vitor Fitaroni Neves da Cunha, adultos podem apresentar a condição mas o caso é mais comum em bebês recém-nascidos, principalmente em prematuros. “Adultos podem apresentar enterocolite, porém de diferentes etiologias. Existem alguns tipos de doenças inflamatórias intestinais que levam à colite”, ressalta.
O diagnóstico, alertam os cirurgiões pediátricos, é feito através do histórico de alterações e de exames físicos, laboratoriais e de imagens. “Os exames dele nunca demonstraram que foi uma infecção. O PCR nunca subiu, o hemograma nunca teve alterações significativas, nenhum dos exames que foram feitos tinha. Apenas o raio-x”, contou a influenciadora.
Como oque foi realizado no pequeno Ravi, o tratamento clínico inicial é feito em Unidades de Tratamento Intensivo Neonatal (Utin) e pode levar à cura do quadro.
“A cura da doença é na maioria das vezes clínica, com uso de antibióticos endovenosos, internação em UTI Neonatal, hidratação, dieta zero, analgesia. A cirurgia é necessária quando ocorre perfuração intestinal, identificada em radiografia de abdome e no exame físico”, exemplifica Vitor Fitaroni Neves da Cunha.
Em casos mais graves, de acordo com os médicos da Unimed Vitória, pode ser necessário realizar uma intervenção cirúrgica. O agravamento do quadro clínico infeccioso com perfuração intestinal para dentro da cavidade abdominal é o que pode levar a tal medida.
Ainda em seu relato, a influenciadora disse que o bebê reagiu bem ao tratamento, que incluía alimentação com solução de nutrição parenteral - uma nutrição administrada por via intravenosa. “Ele ficou super bem ao tratamento, ao jejum. Ele estava sendo nutrido parentealmente, teve que ficar uns 12 dias assim para a inflamação sair e voltar a se alimentar. Está mamando bem, voltando a se adaptar ao que é mamar”, completou.
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