A ginasta brasileira Rebeca Andrade, a maior medalhista olímpica do Brasil, e que conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, tem miopia e astigmatismo, ou seja, dificuldades para enxergar de perto e de longe. Nas redes sociais viralizaram vídeos de Rebeca com olhos apertados e o rosto franzido, tentando enxergar o telão. No entanto, a atleta descobriu que o problema durante os Jogos Olímpicos de Tóquio 2021, quando não conseguia ler os destaques no telão do ginásio e acabou diagnosticada com miopia e astigmatismo nos dois olhos (com grau acima de 2).
"Não gosto de usar as lentes, porque fico com medo de cair magnésio [o pó usado pelos ginastias] nos olhos e me atrapalhar. Não enxergo [a trave]. Vou no feeling", disse em entrevista para o Sportv.
A oftalmologista Iara Tavares, do Centro Capixaba de Olhos, explica que as duas condições podem ocorrer juntas em um mesmo olho ou separadamente. “A miopia é um distúrbio ocular que se caracteriza pela dificuldade para enxergar de longe (os objetos ficam embaçados). E o astigmatismo geralmente se dá a uma irregularidade na curvatura da córnea. Assim como a miopia, já pode estar presente desde o nascimento ou surgir ao longo do crescimento. Dependendo do grau causa dificuldade para longe e para perto”.
Embora se desconheçam de forma exata as causas da miopia, pessoas com história familiar de miopia apresentam mais probabilidade de desenvolvê-la. A miopia afeta homens e mulheres de igual forma.
A médica conta que a miopia geralmente se deve a um crescimento exagerado do globo ocular em seu sentido a antero-posterior. “É uma doença genética e já pode estar presente ao nascimento, mas geralmente, surge ao longo do crescimento (infância e/ou adolescência)”, acrescenta.
Existem diferentes graus de miopia e a pessoa pode sentir maior ou menor dificuldade em ver ao longe, dependendo do seu grau. Quanto maior for o grau da miopia maior é a dificuldade em ver ao longe. A miopia é considerada leve, quando vai até 3,00 graus (dioptrias). Moderada quando vai de 3,00 a 6,00 dioptrias e alta quando é acima de 6,00 dioptrias.
Os sintomas mais frequentes em ambas são dificuldade para enxergar de longe, cefaleia (dor de cabeça) aos esforços visuais e dependendo do grau, dificuldade para ver de perto também, como no uso do computador, realização de trabalhos manuais, etc).
Geralmente o problema ocular é diagnosticado na infância ou na adolescência e após avaliação meticulosa, o oftalmologista poderá indicar óculos de grau para a correção visual. No entanto, "em algumas atividades profissionais e esportivas o dispositivo óptico pode causar alguns inconvenientes, como a redução do campo visual e dos reflexos do indivíduo", afirma o oftalmologista Edvaldo Figueirôa.
Outro recurso para corrigir a miopia são as lentes de contato, mas que exigem cuidados constantes na manipulação e, em alguns casos, podem causar intolerância. A opção foi descartada pela ginasta brasileira Rebeca Andrade, apesar de possuir miopia acima de dois graus, além de astigmatismo. Em entrevistas, ela esclareceu que o motivo é o receio de que o pó de magnésio, usado para evitar escorregões durante as competições, caia sobre as lentes.
Segundo o médico Edvaldo Figueirôa, "a cirurgia a laser é a escolha ideal para quem tem miopia e deseja conquistar a independência dos óculos e das lentes de contato de forma definitiva. O procedimento é realizado com laser de alta precisão, de forma rápida e indolor, com a aplicação de anestesia por colírios, mas é importante o oftalmologista avaliar os exames que qualificam o paciente para o tratamento".
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