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Entenda o que é sarcoma sinovial, tumor raro diagnosticado em Vera Viel

Entenda o que é sarcoma sinovial, tumor raro diagnosticado em Vera Viel

Atriz passará por uma cirurgia e seguirá com tratamento; Oncologistas explicam o tumor que afeta coxas, braços, pés e articulações dos membros

Publicado em 10 de outubro de 2024 às 18:07

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Vera Viel
Vera Viel foi diagnosticada com sarcoma sinovial na coxa esquerda, um tumor raro e agressivo. (Divulgação @veraviel)

A modelo Vera Viel, de 48 anos, casada com o apresentador Rodrigo Faro, compartilhou em suas redes sociais ter sido diagnosticada com sarcoma sinovial na coxa esquerda, um tumor raro e agressivo. Na sexta-feira (11) ela passará por um procedimento de retirada do nódulo.

A ex-modelo se manifestou sobre a doença em seu perfil no Instagram. “Quero começar agradecendo a Deus por ter nos mostrado essa doença logo no início, usando pessoas que foram como anjos e meu marido que insistiu para que eu fosse fazer uma ressonância. Tenho um sarcoma sinovial, um tumor raro e maligno na minha coxa esquerda. Estou pronta para enfrentar essa batalha!”, declarou.

A modelo também revelou que passará por uma cirurgia para remover o tumor e prosseguirá em tratamento. “Amanhã, dia 11 de outubro, farei uma cirurgia para retirá-lo e, depois, seguiremos com o tratamento junto a uma equipe médica incrível e muito abençoada”, escreveu.

O que é a doença

O ortopedista oncológico Gustavo Neves Rego, da Oncoclínicas Espírito Santo, diz que o sarcoma sinovial é uma neoplasia maligna, rara e agressiva, oriunda de tecido mesenquimal, que surge, em geral, de camadas mais profundas das partes moles dos membros superiores e inferiores, tendo o entorno dos joelhos o principal sítio de acometimento. "Porém, pode dar em qualquer parte do corpo, como tórax, dorso e abdômen, sendo a média de idade principal de diagnóstico por volta dos 39 anos".

O médico explica que o tumor apresenta um comportamento agressivo com alto poder de metástase desde o início de seu desenvolvimento, o que é ainda pior se considerar sua história de aparecimento mais tardia, frente um crescimento lento, na sua maioria indolor, com duração média de 2 anos antes do diagnóstico.

"Em relação ao seu tratamento, ele se mostra resistente a múltiplos regimes de tratamentos combinados, principalmente nos pacientes mais velhos", diz Gustavo Neves Rego.

A oncologista Juliana Alvarenga, da Unimed Vitória, diz que a maioria dos sarcomas sinoviais possuem história natural indolente e respondem bem à quimioterapia. "Os sintomas costumam ser bem discretos. Geralmente um pequeno nódulo com crescimento lento. Posteriormente, pode ter sintomas como dor, edema ou dormência". 

O melhor exame de imagem é a realização de ressonância magnética. Em caso de suspeição de sarcoma deve ser realizado a biopsia para confirmação diagnostica. "O tratamento vai depender da localização e da presença de metástases. O principal tratamento consiste na remoção cirúrgica com margem de segurança. Além disso, para aumentar as taxas de cura pode se fazer uma radioterapia adjuvante. Já que a quimioterapia em alguns casos pode ser realizada antes da cirurgia ou para o tratamento de metástases".

As causas

Segundo a oncologista Sheila Ferreira, da Oncoclínicas, esse é um subtipo raro da doença. "Ele acomete as partes moles, ocorrendo com mais frequência nas coxas, braços, pés e articulações dos membros. É um tumor de baixa incidência, sendo responsável por em torno de 5% a 10% dos sarcomas de partes moles nos Estados Unidos, conforme o National Cancer Institute. No Brasil, ainda não estão disponíveis dados oficiais de incidência", explica.

A boa notícia é que, através do diagnóstico e tratamento precoce, as chances de cura são maiores. "A abordagem para tratar o sarcoma sinovial deve ser multidisciplinar, incluindo cirurgia, quimioterapia e, em certos casos, radioterapia. A intervenção cirúrgica pode envolver a remoção de músculos, vasos, nervos e até ossos afetados pelo tumor, o que pode resultar em sequelas, dependendo da profundidade da lesão", aponta Sheila Ferreira.

De modo geral, o grupo de sarcomas pode apresentar diversas causas. "Os principais fatores de risco para o sarcoma são as doenças genéticas hereditárias, tratamentos de radioterapia na infância e ainda histórico de retinoblastoma, câncer de colo do útero, mama ou linfoma", comenta a médica.

A grande maioria dos sarcomas não estão ligados a uma causa específica, por isso, não é possível definir uma maneira de prevenir o tumor. Contudo, a oncologista Bruna David reforça a importância de adotar hábitos saudáveis e transmitir informações de qualidade.

"É fundamental investir na moderação da ingestão de bebidas alcoólicas, ter uma dieta balanceada rica em fibras, frutas e vegetais crus, evitar o tabagismo e praticar exercícios físicos regularmente. Além disso, caso o paciente perceba um nódulo, é necessária a investigação imediata", finaliza.

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