Anda irritado com qualquer coisa? Fica o tempo todo com mau humor, sem disposição para coisas do dia e tem se isolado da família e dos amigos? Então, tome bastante cuidado. Esses sintomas podem indicar um tipo de depressão pouco conhecida: a distimia.
Crônica, essa doença, geralmente, é de intensidade demorada. As pessoas portadoras são conhecidas, em muitos casos, como difíceis e de elevada autocrítica.
Segundo a psicóloga Mariana Machado, da Unimed Vitória, esse transtorno afeta até três vezes mais mulheres do que homens. Por ter uma forma silenciosa de depressão, passa despercebida e atrapalha diversas áreas da vida do paciente.
Com uma melancolia que nunca passa, a pessoa quase sempre está com o humor em níveis inferiores ao considerado normal e isso causa a sensação de frustração presente no dia a dia.
Além disso, os sintomas geralmente são difíceis de serem notados devido às origens da doença aparecerem ainda na infância ou na adolescência, persistindo por longos períodos. Confira alguns sinais?
A psicóloga Mariana Machado explica que, em crianças e adolescentes, o humor pode ser irritável em vez de deprimido e, por acreditarem que esse temperamento faz parte de suas personalidades, ao longo do tempo podem ficar conhecidos como pessoas difíceis na família, no trabalho e no grupo de amigos.
Ainda não é possível determinar a causa específica da distimia. Porém, por ser uma forma de depressão, as causas são semelhantes, sendo necessário considerar fatores fisiológicos (mudanças no próprio organismo), genéticos e ambientais, como a perda de entes queridos e uma rotina estressante.
“Na vida adulta, a distimia pode refletir na redução do desempenho profissional, os relacionamentos podem ser complicados e a autoestima tem uma frequente oscilação. Além disso, essas pessoas vivem sob a influência de pensamentos e emoções negativas. Por isso, é difícil para elas encontrar motivação e energia para cultivar um estilo de vida saudável e ter a mentalidade positiva. Viver com essa condição é um desafio”, explica a psicóloga.
Ela reforça que esses pacientes apresentam sintomas menos intensos que a depressão e, por isso, não têm problemas em realizar atividades diárias, apesar de terem pouco interesse em fazê-las ou não praticar com cuidado, ou seja, levam uma vida funcional, mas menos prazerosa.
Por isso, é comum ver pessoas com distimia relatarem que sempre foram assim ou que nunca tiveram muita paciência por terem se acostumado com a presença dos sintomas em suas vidas.
Mariana alerta que o tratamento varia de acordo com o grau dos sintomas e envolve a psicoterapia e o uso de medicamentos. “O paciente consegue se manter por períodos prolongados sem sintomas depressivos com o tratamento adequado. A duração desses procedimentos depende da evolução da pessoa nessa condição. Algumas podem ter respostas positivas mais rapidamente ,enquanto outras podem precisar de mais tempo de acompanhamento.”
Mas não para por aí: os pacientes também devem se cuidar para tornar a eficácia do tratamento ainda melhor, como fazer atividades físicas e ter uma boa alimentação. A prática de exercícios durante o tratamento tem benefícios hormonais e psicológicos por liberar endorfina, hormônio responsável pela sensação de recompensa e bem-estar.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta