A modelo Carol Ribeiro revelou que foi diagnosticada com esclerose múltipla durante evento da revista Harper’s Baazar. Aos 45 anos, a modelo e apresentadora contou que pensou, em um primeiro momento ser uma menopausa precoce, dado os sintomas parecidos, ou uma crise de síndrome do pânico. "Achei que era menopausa, mas descobri o diagnóstico de esclerose múltipla".
Os incômodos começaram em 2023. Ela, no entanto, continuava a se sentir esquisita e optou por realizar uma bateria de exames. "Quando os médicos fizeram a checagem de hormônios, estava tudo bem. Eu achava que iria enlouquecer. Eu pensava: 'Se isso é a menopausa, todas as mulheres vão enlouquecer'".
Após o diagnóstico de esclerose múltipla, a apresentadora iniciou o tratamento com hormônios, terapia e exercícios físicos. "Depois que comecei o tratamento, eu não sinto mais nada, é como se a doença não existisse mais. Por isso, é importante olhar para dentro de você, nem que seja alguns minutinhos na hora do banho ou do almoço".
A esclerose múltipla é uma doença neurológica crônica, degenerativa e autoimune. Atualmente uma das principais causas de deficiências não traumáticas em jovens adultos. Apresenta maior incidência entre 18 e 40 anos, fase produtiva, e atinge três vezes mais mulheres que homens.
“O tratamento visa conter os surtos, principal evolução da esclerose. Ao barrar o acúmulo dessa progressão, possibilitamos uma normalização de rotina ao paciente”, explica a neurologista Karoline Cohen, do Hospital São Luiz Campinas.
A médica conta que o diagnóstico da doença é realizado pelo neurologista, por meio da avaliação clínica e de exames como ressonância magnética de crânio, da coluna e análises laboratoriais. “Nos surtos iniciais a enfermidade apresenta sintomas que duram dias ou semanas, evoluindo para uma melhora espontânea. Após algum tempo, sua recuperação passa a ser mais lenta e parcial, trazendo sequelas cada vez mais incapacitantes”, alerta Karoline.
O neurologista Mateus Boaventura diz que a manifestação mais comum da doença costuma ocorrer em forma de surtos, ou seja, sintomas neurológicos que podem durar dias ou semanas. "Estes sintomas surgem de repente e, depois, diminuem ou desaparecem, retornando depois de um tempo".
"Estes surtos podem comprometer algumas funcionalidades do organismo, como a visão, a sensibilidade, a força muscular, a coordenação e outras funções do sistema nervoso central. Em um dos surtos mais típicos, o paciente fica com visão embaçada e dificuldade para enxergar, além de sentir dor quando movimenta os olhos, o que chamamos de neurite óptica".
Entre os sintomas da esclerose múltipla estão a perda de força, sensibilidade em um seguimento do corpo, redução da visão associada à dor e incontinência urinária. Outro agravo, se não tratada, é a perda de mobilidade, que pode vir de modo leve ou exigir o uso de cadeira de rodas. “Essa patologia é desmielinizante, isto é, atua destruindo a mielina, estrutura responsável pelas sinapses saltatoriais, fragilizando o sistema neurológico”, diz a médica.
Ainda de acordo com a neurologista, a esclerose múltipla é multifatorial, ou seja, é causada por uma soma de fatores que o paciente é exposto durante a vida. Além da predisposição genética, também está relacionada ao tabagismo, obesidade na infância e certos tipos de infecções.
Apesar de conhecida há muito tempo, nos últimos anos a doença tem ganhado atenção e, por consequência, diagnósticos e tratamento cada vez mais precoces e eficientes. “Medicações injetáveis, orais e infusionais são hoje as terapias de combate à evolução do quadro, sendo aplicadas de forma individualizada, sempre dependendo da gravidade e demanda de cada caso”, finaliza a médica.
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