O verão começa oficialmente neste sábado (21), mas o hábito de usar protetor solar deve ser parte da rotina em todas as estações do ano. Além da proteção contra o câncer de pele - o tipo mais comum da doença no Brasil -, o filtro solar também ajuda a prevenir o envelhecimento precoce da pele e o aparecimento de queimaduras e manchas, efeitos da exposição à radiação ultravioleta (UV).
Na hora de escolher o melhor produto para rosto e corpo, é preciso estar atento a alguns aspectos como tipo de pele, histórico de câncer e hábitos de vida. Isso porque este conjunto de fatores auxilia a decidir o Fator de Proteção Solar (FPS) adequado para cada pessoa.
Antes de adquirir um produto, é importante entender que o FPS é calculado com base no tempo em que uma pessoa pode se expor ao sol sem se queimar. Este número é definido a partir da divisão do tempo que uma pele leva para apresentar vermelhidão enquanto está utilizando filtro solar pelo tempo que essa mesma pele fica queimada sem estar protegida.
No caso de um filtro solar com FPS 15, por exemplo: uma pessoa leva 5 minutos para ficar vermelha quando exposta ao sol sem proteção. Quando utiliza o protetor solar, fica protegida contra os raios solares por 75 minutos.
"Por exemplo, se uma pessoa normalmente se queimaria após 10 minutos de exposição ao sol, com um protetor solar FPS 30, ela poderia se expor por 300 minutos sem se queimar", explica o dermatologista Carlos Barcaui, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia e coordenador da campanha Dezembro Laranja.
Segundo o médico, para a maioria das pessoas, um filtro com FPS 30 já é suficiente, mas é preciso levar em conta os outros fatores. Uma pessoa com pele muito clara, histórico de câncer de pele na família e que se expõe frequentemente ao Sol, por exemplo, precisa de um FPS maior do que uma pessoa que não reúne essas características.
A diferença mesmo, de acordo com o dermatologista, está na quantidade de radiação ultravioleta (UVB) que o produto é capaz de bloquear. "FPS 30 bloqueia aproximadamente 97% dos raios UVB, FPS 50 bloqueia cerca de 98%, e FPS 100 chega a 99%", detalha.
Ainda que um filtro solar com FPS maior proteja por mais tempo do que um produto com FPS menor, a dermatologista Aparecida Moraes, coordenadora do departamento de Oncologia Cutânea da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), lembra que a eficácia da proteção vai depender diretamente da quantidade aplicada, o tempo de exposição ao sol e da reaplicação correta.
A medida indicada para cada pessoa, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), é a de uma ou duas colheres de chá para cada parte do corpo. Sendo assim: uma para o rosto + uma para cada braço + duas para o tronco + uma para cada perna.
Já a reaplicação, independente do FPS, deve ser feita a cada 2 ou 3 horas. Após nadar ou suar muito, também é necessário reforçar o produto.
A sensibilidade aos raios solares e a intensidade da exposição também são fatores que influenciam na escolha do produto. "Com um FPS 30, você teria mais tempo de proteção antes de começar a se queimar em comparação com FPS 15. No entanto, é importante lembrar que a proteção não dura para sempre, a reaplicação é essencial", destaca.
A dermatologista também reforça que, apesar dos protetores com FPS mais alto serem mais eficazes na proteção contra os raios UVB, a diferença entre a proteção dos filtros com FPS 15, 30, 50 e 100 não é muito grande. "A principal diferença se dá em situações de maior risco, como pele clara ou histórico de câncer de pele", ressalta.
Independente da textura do protetor solar, o que importa mesmo é estar protegido! Seja com textura em gel, creme ou em spray, a escolha do filtro solar pode ser feita com base nas preferências pessoais e no tipo de pele. "Por exemplo, géis são ideais para peles oleosas, enquanto cremes são mais hidratantes para peles secas. Sprays são convenientes para áreas pilosas ou grandes áreas do corpo", diz a dermatologista Aparecida Moraes.
Na hora de proteger cada parte do corpo, o tipo de produto aplicado também deve ser bem escolhido. Os filtros solares para o corpo, lembra a dermatologista, possuem fórmulas mais suaves e textura mais agradável. Já os protetores para o corpo possuem uma textura mais fluída e tendem a espalhar melhor.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta