Vômitos, diarreia, dor abdominal e febre são alguns dos sintomas da gastroenterite, uma inflamação do trato gastrointestinal que afeta principalmente o estômago e o intestino delgado. Causada por infecções virais, bacterianas ou parasitárias, a doença pode se manifestar de forma aguda e repentina. Em alguns casos, a gastroenterite também pode ser provocada por intoxicação alimentar ou reações adversas a medicamentos.
Em épocas como o verão, quando há aglomeração de pessoas e muita oferta de alimentos ao ar livre, a gastroenterite pode surgir em surtos. Isso porque, no caso de infecção viral, o vírus pode ser transmitido de pessoa para pessoa, que costumam se reunir na praia, piscina, cinema... Água e alimentos contaminados por alguma bactéria também estimulam o surgimento de casos. É o que explica o gastroenterologista da Unimed Vitória Bruno Brandão Pavan.
"A gastroenterite ocorre em surtos devido à sua alta contagiosidade, especialmente a viral. Ela é transmitida pelo contato com pessoas infectadas, consumo de água ou alimentos contaminados e superfícies infectadas. Em locais de grande aglomeração, como escolas e hospitais, a disseminação é rápida, facilitando os surtos", destaca.
Também gastroenterologista da Unimed Vitória, o médico Felipe Bertollo Ferreira complementa que a transmissão da gastroenterite é via fecal-oral. Ou seja, é feita através do contato com a toxina ou bactéria que foi eliminada pelas fezes de uma pessoa infectada.
"Por exemplo, o neném está com diarreia e o pai e a mãe foram trocar a frauda e não lavaram bem a mão depois. Ou alguém que vai ao banheiro, não lava a mão depois e contamina a maçaneta, a porta ou cumprimenta alguém. Essas pessoas vão transmitindo o processo infeccioso", explica.
Os médicos ressaltam que a melhor maneira de prevenir a gastroenterite é evitando a transmissão da doença. O que pode ser feito nutrindo hábitos simples, como lavar bem as mãos e tomar cuidado com água e alimentos mal conservados ou expostos a altas temperaturas.
Já o tratamento é elaborado de acordo com o agente infeccioso, mas, basicamente, consiste em três pilares: alimentação, hidratação e medicamentos. Por se tratar de um quadro autolimitado, a gastroenterite costuma se resolver entre dois e três dias através da ingestão de bastante líquido.
No caso da rotina alimentar, após o diagnóstico da doença, o ideal é investir em alimentos ricos em água, como frutas e verduras. "Desde que o paciente tolere e não vomite, são o principal para que a pessoa possa se recuperar da gastroenterite", destaca Felipe Bertollo Ferreira.
A hidratação também é um ponto de atenção. Isso porque, com os vômitos e diarreias, o paciente pode sofrer de desidratação. "Talvez a informação mais importante seja a hidratação, em virtude que o vômito, a náusea, a incapacidade de se alimentar direito, de ingerir água, a diarreia importante", chama a atenção.
Em alguns casos, porém, quadros infecciosos podem surgir após o aparecimento da gastroenterite, o que pode ocasionar em calafrios, diarreia com sangue e baixa pressão. Nestes casos o recomendado é procurar por ajuda médica. "Do mesmo modo, é importante buscar um médico caso haja sintomas de desidratação, como sede excessiva, redução do volume do xixi, dificuldade para se alimentar ou tomar líquidos por conta dos vômitos recorrentes", finaliza.
A reposição de líquidos e eletrólitos é fundamental, podendo ser feita por via oral ou intravenosa nos casos graves.
Uma alimentação leve, como sopas, arroz, frutas cozidas, purê de batata, legumes bem cozidos (como cenoura e abobrinha), caldos, carnes magras grelhadas ou cozidas (como frango ou peixe), torradas, pães brancos, macarrão simples, mingaus, gelatina e água de coco, ajuda na recuperação. Esses alimentos são de fácil digestão e auxiliam na reposição de nutrientes sem sobrecarregar o sistema digestivo.
Em alguns casos, podem ser utilizados antidiarreicos, analgésicos e antipiréticos para aliviar os sintomas. Antibióticos e antiparasitários são indicados apenas em situações específicas, como infecções confirmadas por bactérias ou parasitas, especialmente quando os sintomas são intensos, prolongados ou não melhoram com o tratamento de suporte. O uso deve sempre ser orientado por um profissional de saúde.
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