Um recente estudo publicado pelo departamento de psiquiatria da Universidade de Oxford, no Reino Unido, mapeou fatores associados de forma significativa a um risco maior para a demência na população idosa. Segundo os pesquisadores, 40% dos casos de demência estão ligados a fatores que podem ser modificados ao longo da vida.
O estudo considerou 11 fatores associados ao risco para incidência de demência em idosos, entre eles, idade avançada, sexo masculino, diagnóstico de demência na família, histórico de diabetes, depressão ou Acidente Vascular Cerebral (AVC), pressão alta, colesterol alto, privação material (questão socioeconômica), isolamento social (viver sozinho) e menor escolaridade.
O geriatra Roni Chain Mukamal, da MedSênior, destaca que alguns destes fatores estão relacionados ao estilo de vida e por isso, são variáveis. “É correto afirmar que, entre estes fatores de risco, há uma parte que pode ser evitada. De que forma? Prevenindo e tratando questões ligadas à saúde, por exemplo, como diabetes, alto colesterol e hipertensão", declara.
Por outro lado, o geriatra lembra que há fatores considerados de risco que não podem ser mudados. “É o caso do sexo, da idade avançada, do diagnóstico de demência parental. Todos os outros são passíveis de mudanças, seja no estilo de vida ou questões sociais”, afirma Roni. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o número de pessoas com demência cresça em mais de 150% até 2050, passando de 55 para 139 milhões de casos no mundo.
De acordo com Roni, a doença, que compreende os diagnósticos de declínio cognitivo, em sua maioria causados pelo Alzheimer, é uma preocupação cada vez maior com o envelhecimento da população, visto que, somente no Brasil, o número de idosos aumentou 57,4% nos últimos 12 anos. Porém, apesar da demência preocupar a população idosa, devido a sua prevalência nesta faixa etária, a doença não é necessariamente uma evolução de todo idoso e, de forma geral, tem causas que devem ser prevenidas, desde a infância.
“Sabemos que pessoas com maior grau de escolaridade formal estão mais “protegidas” dos quadros demenciais. Por isso, em termos de prevenção, devemos começar na infância, garantindo o acesso à educação”, ressalta.
O geriatra também esclarece que uma boa alimentação e hábitos saudáveis estão associadas à prevenção da demência. “Hábitos saudáveis são adquiridos desde cedo e devem ser cultivados ao longo da vida, contribuindo para que, futuramente, o indivíduo não sofra com doenças como diabetes, hipertensão e problemas cardiovasculares, como o AVC, que já foram listados como fatores de risco para o desenvolvimento da demência”, lembra.
Roni reforça que viver com qualidade de vida é o princípio básico para um envelhecimento saudável e prevenção de doenças, como a demência.
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