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Isabel Veloso: qual a diferença entre câncer terminal e cuidados paliativos?

Isabel Veloso: qual a diferença entre câncer terminal e cuidados paliativos?

A influenciadora, diagnosticada com Linfoma de Hodgkin, contou que seu diagnóstico mudou

Publicado em 30 de agosto de 2024 às 17:17

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Isabel Veloso
Isabel Veloso está em tratamento do Linfoma de Hodgkin. (Reprodução @Isabelveloso)

A influenciadora Isabel Veloso foi diagnosticada com Linfoma de Hodgkin e, em janeiro deste ano, contou que os médicos deram uma previsão de seis meses de vida para ela. 

Na última terça-feira (27), ela contou não ter câncer terminal. Segundo a jovem, que está grávida do primeiro filho, seu diagnóstico mudou. Após repercussão do caso, Isabel veio a público e rebateu críticas. “Para os desinformados que estão de plantão cuidando da minha vida e não tem outras coisas para fazer, a minha doença era terminal devido à data prevista de vida que eu tinha”.

A jovem continuou: “Eu tinha um tempo estimado de vida e não era certeza que minha doença iria estabilizar, mas ela se estabilizou e passo a não ser chamada de paciente terminal, sou paciente em cuidados paliativos”, contou.

Entenda o que é câncer terminal

A oncologista clínica Camila Beatrice, da Oncoclínicas Espírito Santo, explica que câncer terminal é o termo usado para descrever um estágio em que a doença encontra-se em uma fase que não é mais curável ou controlável. "Significa que o tratamento não pode mais impedir a progressão da doença e nesse ponto, o tratamento é direcionado para alívio de sintomas".

A médica diz que o prognóstico é limitado, com uma curta expectativa de vida, mas que pode variar para cada indivíduo, de semanas a meses. "É preciso estar claro que câncer em fase terminal é diferente do paciente incurável, que é o paciente que ainda apresenta possibilidade de receber tratamento que modifique sua doença ou que a mantenha estagnada. O paciente que se encontra em fase terminal não há mais essa possibilidade".

O objetivo do tratamento do paciente em qualquer fase da doença tem como um dos principais pilares justamente a manutenção da sua qualidade de vida, onde o mesmo pode e deve dentro de suas possibilidades manter suas atividades de vida diária.

E o que são cuidados paliativos?

O oncologista clínico Felipe Peres explica que cuidados paliativos são uma abordagem de tratamento focada na melhoria da qualidade de vida de pacientes que enfrentam doenças graves ou terminais. "O objetivo não é curar a doença, mas sim aliviar sintomas, além de oferecer suporte emocional, psicológico e espiritual ao paciente e a família".

Os princípios dos cuidados paliativos incluem o alívio da dor e de outros sintomas desconfortáveis, a integração dos aspectos psicossociais e espirituais no cuidado do paciente, além do suporte para ajudar o paciente a viver o mais ativamente possível. O médico explica que os cuidados paliativos não aceleram nem retardam a morte, eles promovem o conforto e a dignidade do paciente.

Felipe Peres, oncologista
Felipe Peres explica sobre cuidados paliativos. (Divulgação)
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Na fase terminal, os cuidados paliativos são altamente recomendados. Eles são a principal abordagem de cuidado quando a expectativa de vida é curta, focando na qualidade de vida e no alívio dos sintomas

Felipe Peres
Oncologista
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Felipe Peres conta que algumas pessoas podem viver muitos anos com uma doença considerada terminal, especialmente se o câncer estiver em uma fase mais lenta de progressão ou estagnado. "Durante esse tempo, os cuidados paliativos podem ajudar a manter a qualidade de vida e a gerenciar sintomas, permitindo uma vida relativamente ativa e significativa, apesar da gravidade da doença".

Uma doença terminal é uma condição que é considerada incurável e progressiva, que eventualmente levará à morte. "No entanto, estar 'no final da vida' se refere aos últimos dias ou semanas de vida, quando a morte é iminente. Portanto, um paciente pode ter uma doença terminal e ainda viver por meses ou anos antes de estar realmente no final da vida", finaliza o médico.

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