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Menor marca-passo do mundo, com apenas 2 gramas, é implantado em paciente do ES

Menor marca-passo do mundo, com apenas 2 gramas, é implantado em paciente do ES

O aposentado José Augusto Belumat, de 80 anos, recebeu o que é considerado menor marca-passo do mundo, em uma cirurgia realizada em Colatina

Publicado em 25 de novembro de 2024 às 18:33

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José Augusto Belumat, aposentado
José Augusto Belumat recebeu o menor marca-passo do mundo. (Roger Botelho)

Um dispositivo equivalente a 2 gramas, do tamanho de um comprimido e muito parecido com uma pilha, mas capaz de fazer o coração bater na frequência correta. O aposentado José Augusto Belumat, de 80 anos, recebeu o que é considerado o menor marca-passo do mundo, em uma cirurgia realizada no começo de novembro, no São Bernardo Apart Hospital, em Colatina. É a primeira vez, que um implante como esse é realizado no Espírito Santo.

Ao contrário dos marca-passos tradicionais, esse modelo com design minúsculo permite que o implante seja feito de forma minimamente invasiva. O aparelho é introduzido no organismo do paciente por acesso venoso. Com ganchinhos minúsculos, que lembram a estrutura de uma âncora, o pequeno marca-passo se acopla ao músculo cardíaco e pode ficar ali por até 12 anos — tempo de duração da bateria. No Brasil, implantes como esse começaram a ser feitos em 2021, em São Paulo. O implante realizado no Espírito Santo é o caso de número 95 do país.

“É igual a uma pilha que nós acoplamos via catéter, por punção de veia femoral, e ele é fixado no músculo do coração. Então ele só tem esses ganchinhos, não tem eletrodos, não tem nada. É considerado o menor marca-passo do mundo, e esse implante chegou ao Brasil em 2021. Um dispositivo extremamente pequeno, com uma bateria bem extensa e que traz muita segurança para a o paciente”, explica o cardiologista Dalton Hespanhol do Amaral, responsável por realizar o procedimento. 

Marca-passos antigos (na parte de cima) e o marca-passo que foi colocado no idoso, que é praticamente do tamanho de um comprimido (branco)
Marca-passos antigos (na parte de cima) e o marca-passo que foi colocado no idoso, que é praticamente do tamanho de um comprimido (branco). (Divulgação São Bernardo Apart Hospital)

O dispositivo funciona sem a utilização de cabos-eletrodos, sem os condutores que levam o impulso elétrico. Ele contém um gerador, alimentado pela bateria de lítio, e um microprocessador. O eletrodo, neste caso, é um pequeno ponto na superfície metálica. Como nos outros marca-passos, a todo momento ele recebe informações dos batimentos cardíacos em busca de anormalidades. E responde a elas. A ausência de eletrodos reduz os riscos de infeção grave, que pode ocorrer pelo contato dos cabos com a corrente sanguínea nos aparelhos comuns.

“Uma das funções do marca-passo é fazer o coração bater na frequência normal. Em alguns pacientes, em função de algumas arritmias, o coração bate muito devagar, em uma frequência que não é compatível com a vida, e por isso temos que implantar um marca-passo definitivo", explica o médico.

A medicina evoluiu muito nos últimos anos e atualmente é possível trocar o marca-passo grande, que exigia um corte no peito para colocar eletrodos dentro do coração, por um dispositivo infinitamente menor. "Sem a existência de eletrodos, eliminamos as chances de infecção, de hematomas, não temos cicatriz no tórax, nem protuberância sobre a pele, e reduzimos também as restrições de atividade pós-implante. O paciente tem alta no dia seguinte, sem necessidade de repouso, podendo fazer atividade física e levar uma vida completamente normal”, finalzia o cardiologista.

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