Fazer sumir aquela ruguinha do rosto ou levantar a ponta do nariz são alguns dos anseios de quem se submete à harmonização facial. O procedimento estético, que já há alguns anos virou moda entre os famosos, cada vez mais se dissemina entre pessoas comuns. Porém, se antes havia exageros, agora os pacientes buscam um efeito mais natural.
A harmonização facial é um procedimento minimamente invasivo, ou seja, sem cirurgias, com intuito de realizar o preenchimento estratégico do rosto com ácido hialurônico. O objetivo é trazer mais harmonia para o rosto do paciente.
A dermatologista Pauline Lyrio, contudo, tem observado que "nem todos os procedimentos ditos harmonização facial realmente conferem um equilíbrio e harmonia".
Além de escolher um dermatologista que domine uma boa técnica e tenha um bom senso estético, o segredo para obter resultados mais naturais é apostar em procedimentos que estimulem o colágeno, segundo a médica.
"É o caso dos bioestimuladores de colágeno, dos fios de PDO e de tecnologias de ultrassom microfocado. Dessa forma, com a pele menos flácida é possível poupar maiores volumes de ácido hialurônico e ainda obter uma pele mais firme a longo prazo."
De acordo com a dermatologista, o primeiro passo da harmonização facial é a documentação fotográfica e de vídeos, que mostre realmente a face de uma maneira global. Também é feita uma avaliação geral do estado da pele, incluindo aspectos como a flacidez facial, além de uma análise da saúde do paciente para checar se ele pode ser submetido a esse tipo de procedimento.
"Nesse momento, é conferido o histórico de procedimentos realizados anteriormente, existência de doenças, alergias, o uso de medicações e até se é tabagista. Depois disso, o indivíduo deve ser avaliado como um todo e não somente no quesito volume facial, pois existem inúmeros quesitos que podem influenciar no aspecto envelhecido da face e impactar nos resultados de uma harmonização", diz.
Existem ainda áreas que precisam sofrer relaxamento muscular com toxina botulínica para otimizar os resultados do preenchimento, como explica Pauline Lyrio.
"O tratamento das rugas da glabela (entre as sobrancelhas), das rugas de marionete (cantinho de boca triste) e do queixo exigem, muitas vezes, um certo grau de paralisação da musculatura ali presente para poder utilizar menores doses de preenchimento".
Não existe um número exato de ampolas a serem usadas, destaca a dermatologista. O ideal é sempre ter bom-senso. "A quantidade de seringas vai variar de acordo com o grau de envelhecimento e as perdas volumétricas apresentadas no momento da avaliação. É importante ressaltar que não há um número máximo, mas deve-se ter muito bom-senso e saber que o ideal é fracionar em mais sessões quando o volume de seringas for muito grande. Assim, você alcança gradativamente resultados melhores, sem perder a naturalidade."
A consultora de imóveis Mayara Bueno Ferreira, 33 anos, sempre cuidou do rosto. Aos 25 anos, começou a fazer botox preventivo. As marcas de expressão começaram a incomodar e, em 2021, ela decidiu fazer a harmonização. "Nos últimos anos senti o 'bigode chinês' mais marcado do que antes. A diferença foi enorme visualmente e na qualidade da minha pele também", conta.
Entre os tratamentos feitos teve o botox, preenchimento no canto da boca e o ácido hialurônico para aumentar um pouquinho o volume dos lábios. "Gosto como ficou, sempre optei pela naturalidade nas expressões".
Para a dentista Daniela Teixeira Gabriel, a harmonização facial precisa valorizar a beleza natural de cada paciente, além de promover a autoestima e o bem-estar.
A profissional também ressalta a importância da avaliação geral do estado da pele. "Antes de iniciar qualquer procedimento, o paciente passa por uma anamnese, no qual é possível saber se ele está apto ou não para realizar os procedimentos. Avaliamos possíveis alergias, doenças sistêmicas, se usa algum medicamento", explica a dentista, que afirma que cada procedimento requer um cuidado diferente.
"Quando o assunto é preenchimento, por exemplo, peço de 24 a 48 horas sem atividade física, além de evitar pegar sol nos primeiros dias. Já os bioestimuladores de colágeno, sugiro não fazer atividade física e procurar dormir de 'barriga para cima' na primeira semana."
A banalização dos procedimentos estéticos preocupa a dermatologista Pauline Lyrio. Segundo ela, é importante compreender que "não é só sair preenchendo indiscriminadamente". O ideal também é que os procedimento sejam feitos somente na fase adulta.
"O domínio da anatomia pelo profissional é fundamental para guiar o tratamento com mais segurança e, acima de tudo, preservar os traços individuais de cada paciente. Além disso, os procedimentos não são recomendados durante a puberdade, já que o corpo ainda está sujeito à ação de hormônios sexuais que poderão impactar no posicionamento das estruturas da face", destaca.
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