O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT), de 83 anos, está tratando desde julho um linfoma não Hodgkin, tipo de câncer que afeta as células do sistema linfático. O deputado estadual recebeu o diagnóstico em julho deste ano. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (28) pela colunista Mônica Bergamo, da “Folha de S. Paulo”.
Suplicy está realizando imunoquimioterapia, combinando medicamentos endovenosos tradicionais com drogas que estimulam o sistema imunológico a atacar às células cancerígenas. "A imunoquimioterapia é uma junção entre a terapia imunológica, nesse caso um medicamento chamado rituximabe, e a quimioterapia, em que podem ser utilizados vários quimioterápicos, de modo a atuar em várias fases do ciclo celular da célula doente", explica o hematologista Douglas Covre Stocco.
O hematologista Wesley Scherrer Lemgruber, da Oncoclínicas Espírito Santo, conta que a imunoquimioterapia consiste em associar medicações quimioterápicas com imunoterapia. "Isso aumenta a resposta ao tratamento sendo a primeira escolha de tratamento em muitos subtipos de linfoma não Hodgkin".
O médico diz que a escolha da imunoquimioterapia dependerá do subtipo de linfoma não Hodgkin e da presença ou não de alguns marcadores celulares. "Tais marcadores são os alvos para os quais a imunoterapia é direcionada".
A hematologista Melissa Bosi diz que a estratégia de tratamento dependerá do tipo do câncer não Hodgkin. "A maioria é tratada com quimioterapia em associação a imunoterapia com anticorpos monoclonais e, algumas vezes, com radioterapia".
A quimioterapia geralmente utiliza a combinação de várias drogas, administradas por via oral ou intravenosa. Na imunoterapia faz-se uso de medicamentos contra alvos específicos nas células do linfoma (CD20, CD30).A radioterapia, por sua vez, utiliza a radiação para erradicar ou reduzir a carga tumoral em locais específicos, para aliviar sintomas ou para reforçar o tratamento quimioterápico, diminuindo o risco de volta da doença.
"Em casos especiais, quimioterapia em altas doses e transplante de células da medula óssea ou do sangue são necessários para a cura do paciente. Terapia celular com Linfócitos T do próprio paciente (células CAR-T) geneticamente modificadas também podem ser utilizadas em caso de recidivas", explica a médica.
Os sintomas do linfoma não Hodgkin podem variar de acordo com o tipo de linfoma. De um modo geral, eles estão relacionados ao aumento dos linfonodos pelo corpo e ao surgimento de ínguas aumentadas no pescoço, na axila e na região da virilha, principalmente. "Essas línguas têm crescimento progressivo ao longo de mais de quatro semanas e tendem a ser endurecidas e indolores", diz o hematologista Douglas Covre Stocco.
Além disso, a presença de febre, perda de peso e sudorese, aumento de fígado e baço, presença de alterações no hemograma como redução de plaquetas, aumento do número de células de defesa e anemia podem ser sinais. "A perda de peso de mais de 10% do peso corporal em menos de seis meses, sem a realização de uma dieta também é um sinal. Alguns outros sintomas podem acontecer como coceira e lesão de pele, mas vão depender do tipo de linfoma", diz Douglas Covre Stocco.
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