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O que é o Ropa, método utilizado por Ludmilla e Brunna para engravidar?

O que é o Ropa, método utilizado por Ludmilla e Brunna para engravidar?

São coletados os óvulos de uma das mulheres do casal, fertilizados em laboratório com sêmen de um banco de doação e o embrião formado é transferido para o útero da outra parceira, que gestará a criança

Publicado em 12 de novembro de 2024 às 14:08

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Brunna Gonçalves com a esposa Ludmilla
Ludmilla e Brunna Gonçalves a nunciaram gravidez na  última semana. (Reprodução/Instagram )

A cantora Ludmilla e a esposa Brunna Gonçalves anunciaram que esperam o primeiro bebê. Em entrevista ao Fantástico, o casal contou que optou pelo método de fertilização Ropa, sigla para Recepção de Oócito da Parceira. No caso delas, um óvulo da Ludmilla foi fecundado pelo sêmen de um doador e transferido para o útero da Brunna.

"Eu fui na farmácia, comprei vários testes. E depois do quarto dia, eu comecei a fazer os testes. Eles dão nove dias de tolerância. Para dar positivo, nove dias. No quarto dia, eu já comecei. E aí, sozinha, fiz o teste, negativo. Eu falei: tá. É normal", revelou Brunna.

O especialista em Reprodução Humana Fernando Prado, da Neo Vita, diz que o método Ropa é muito procurado por casais homoafetivos femininos. "Nele, nós coletamos os óvulos de uma das mulheres do casal, fertilizamos em laboratório com sêmen de um banco de doação e transferimos o embrião formado para o útero da outra parceira, que gestará a criança. Dessa forma, as duas mulheres podem participar desse processo: uma cederá os óvulos e a outra ficará grávida”. O método Ropa, sigla para Reception of Oocytes from Partner ou, no português, recepção de óvulos da parceira.

O grande diferencial do método é justamente a participação das duas parceiras na gestação, o que não acontece nos outros procedimentos de reprodução assistida, como a Inseminação Intrauterina (IU) e a Fertilização In Vitro (FIV) convencional. “Na inseminação intrauterina, o sêmen doado é colocado em um catéter (tubinho de plástico flexível) que, por sua vez, é introduzido no colo do útero da paciente para inserção dos espermatozoides diretamente na cavidade uterina, então não há participação da outra parceira”, diz o médico.

“Já na FIV convencional, os óvulos são coletados de uma das parceiras e fertilizados com o sêmen doado em laboratório para formação do embrião, que é então transferido de volta para o útero da mulher que cedeu os óvulos, novamente sem participação da outra integrante do casal”.

Fernando explica que a fertilização com método Ropa começa com a estimulação ovariana de uma das parceiras. “A paciente recebe hormônios que vão fazer os ovários produzirem mais óvulos do que em um ciclo normal. Então, em vez de produzir apenas um, ela pode produzir 10, 15, 20 ou até mais óvulos em um único ciclo. Esse processo dura cerca de 10 a 12 dias. Após esse período, os óvulos são coletados por meio de ultrassom transvaginal, um procedimento simples, realizado sob efeito de sedação, que dura mais ou menos 20 minutos”, detalha o médico.

Em seguida, os óvulos coletados são fertilizados com o sêmen de um doador escolhido previamente pelo casal. “Com o embrião formado, aguardamos cerca de cinco dias até que os embriões atinjam o estado de blastocistos, que é um embrião maduro. Nesse ponto, selecionamos um ou dois embriões que são transferidos para o útero da outra parceira”, acrescenta.

Por fim, o médico ressalta que, apesar de ser um tipo de gestação compartilhada, o bebê não vai ter o DNA das duas mães. “O DNA predominante é da mulher que forneceu os óvulos. Porém, existe um processo chamado de epigenética, que é o efeito do meio ambiente sobre a expressão dos genes. Então, a mãe que está grávida causará alterações epigenéticas nesses óvulos e a criança nascida desse tratamento pode até possuir características da mãe que ficou grávida e não da mãe que forneceu os óvulos, justamente por causa da epigenética. Mas, em um teste de DNA, a criança vai ser 99.9% compatível com a mãe que forneceu os óvulos, porque a epigenética não aparece nesses exames. São mais características como personalidade, dom artístico, gosto por algum tipo de alimento e até traços físicos que podem ser herdadas da mãe que gestou”, finaliza.

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