Oito em cada dez mulheres grávidas no Brasil não conhecem ou nunca ouviram falar no Vírus Sincicial Respiratório (VSR), responsável por causar infecções de trato respiratório superior e inferior, como pneumonias e bronquiolites. Essa é uma das conclusões de uma pesquisa realizada pelo Instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), a pedido da farmacêutica Pfizer.
De 530 mulheres grávidas, 78% desconhecem o vírus, sendo que 36% já ouviram falar mas não possuem conhecimentos sobre e 42% nunca ouviram falar. As entrevistadas possuem entre 18 e 45 anos, são de todas as classes e regiões do Brasil e estão em diferentes períodos gestacionais.
Além da relação das gestantes brasileiras com a vacinação, o levantamento também investigou a percepção dessas mulheres quanto ao avanço do VSR. Até o dia 7 de novembro de 2024, de acordo com o levantamento, o vírus despontou como a causa confirmada mais frequente de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil.
Conforme explica a médica pediatra sanitarista Melissa Palmieri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) para a regional São Paulo, as infecções causadas pelo VSR costumam possuir sintomas similares ao de um resfriado comum. As manifestações clínicas dependem da faixa etária. Confira as mais frequentes:
A preocupação com o vírus costuma ocorrer durante certas épocas do ano devido ao aumento de casos. Cada região brasileira possui sua sazonalidade, mas a maioria dos registros é feita entre os meses de março e julho.
Em períodos de extremos climáticos, a sazonalidade da doença também podem sofrer alterações. "As mudanças climáticas podem alterar os ciclos típicos de surtos do vírus, exigindo ajustes nas estratégias de saúde pública", explica Melissa Palmieri.
Ainda que a sazonalidade seja um fator importante, a médica alerta para o risco de contágio das crianças até os primeiros dois anos de vida. A saída, para a especialista, é a vacinação. "A vacinação é uma medida crucial para prevenir complicações graves e mortes, pois pode proteger contra o vírus e reduzir a carga sobre o sistema de saúde", destaca.
O vírus sobrevive por até 90 minutos em luvas de látex, seis horas em superfícies duras e até 20 minutos na pele. Por isso, além da vacinação, a médica também alerta para outros cuidados que podem limitar a proliferação do VSR, como:
"Para bebês, é particularmente importante minimizar a exposição a ambientes com alta concentração de pessoas e má ventilação durante picos sazonais", completa.
Atualmente, o Calendário Nacional de Vacinação da Gestante inclui a proteção contra hepatite B, difteria, tétano e coqueluche. Todas as doses são disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O Ministério da Saúde está analisando a inclusão do imunizante Abrysvo no Calendário Nacional de Vacinação da Gestante pelo Plano Nacional de Imunizações (PNI). Desenvolvido pela Pfizer, a vacina é a única no Brasil aprovada para idosos e bebês, os grupos de risco mais vulneráveis às infecções. O imunizante já está disponível na rede privada. A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) abriu uma consulta pública que está em vigor até o dia 9 de dezembro.
A indicação da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBIm) recomenda que seja aplicada uma dose entre as semanas 32 e 36 de gestação, como forma de garantir os anticorpos ao bebê.
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