Apenas 11% das gestantes consideram que manter a carteirinha de vacinação atualizada é o autocuidado mais importante durante a gravidez. De acordo com dados de uma pesquisa realizada pelo Instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), a prioridade delas é cumprir à risca os exames de pré-natal (44%) e adotar uma alimentação balanceada (21%).
Durante as consultas, pedidos de exames de rotina (42%), informações sobre plano de parto (16%) e sintomas da gestação são os assuntos mais discutidos. A vacinação é o tema prioritário entre apenas 5% das gestantes e médicos, atrás de detalhes do pós-parto (10%) e mudanças no corpo (9%).
Ao todo, 530 mulheres de 18 a 45 anos, em diferentes períodos gestacionais e de todas as classes sociais, foram entrevistadas em todas as regiões do Brasil. O levantamento foi realizado a pedido da farmacêutica Pfizer e divulgado nesta terça (3), em coletiva à imprensa*.
Um dos principais desafios identificados durante a pesquisa é o distanciamento das informações sobre os benefícios da vacinação. É o que reforça a diretora médica da Pfizer Brasil, a ginecologista Adriana Ribeiro. Outras conclusões indicam o desconhecimento das gestantes sobre um dos principais causadores de infecções respiratórias em bebês e crianças.
De acordo com a pediatra sanitarista Melissa Palmieri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) para a regional São Paulo, a disseminação de notícias falsas é um dos principais entraves para organizações de saúde.
"A pandemia de covid-19 trouxe um foco renovado nas vacinas, tanto em termos de aceitação quanto de resistência. A confiança na vacinação é essencial para garantir a cobertura necessária", diz.
Entre os mitos que persistem, ainda segundo o levantamento, estão:
"É importante que a gente comunique, que a gente informe o médico. Mas é importante também que as mulheres tenham a correta informação. Munidas de informação, elas podem ter a decisão em conjunto com médico, podem discutir e tomar melhor decisão para a gestação. A gente precisa levar a informação. [A vacinação] é o primeiro ato de amor consciente que podemos ter por esse novo bebê", destaca Adriana Ribeiro.
Ainda na opinião da médica pediatra sanitarista Melissa Palmieri, a pandemia da covid-19 "foi um silêncio infectológico para outras doenças", o que explica a falta de informações sobre doenças em circulação, como o Vírus Sincicial Respiratório (VSR).
A preocupação da pediatria, segundo a médica, abrange diversos fatores, como a prevenção de doenças infectocontagiosas, promoção da vacinação e impacto de mudanças ambientais na saúde infantil. A conscientização dos pais e os investimentos em estratégias de saúde, portanto, torna-se uma prática de saúde preventiva fundamental.
"A percepção das pessoas sobre saúde encontra-se em constantes mudanças por impactos internos e externos e cabe a todos os órgãos e entidades que atuam na área da saúde atuarem em parcerias para uma comunicação constante e assertiva sobre a importância da vacinação para a população", reforça.
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