A cantora Preta Gil revelou em entrevista ao "Fantástico" que amputou o reto e está retomando o tratamento contra o câncer. A cantora de 50 anos havia sido declarada curada no ano passado, mas recentemente anunciou que quatro novos tumores apareceram em diferentes partes do corpo, o que a levou a reiniciar o processo de quimioterapia.
"Em seis meses, quatro tumores cresceram em mim. Não é fácil, mas a gente não tem outra opção a não ser encarar", disse Preta Gil à jornalista Maju Coutinho.
A cantora também explicou a cirurgia de amputação do reto pela qual passou. "Eu amputei o reto. E eu não posso ter vergonha porque é a minha realidade", declarou.
O reto é a porção final do intestino grosso, com aproximadamente 15 centímetros de comprimento, que se conecta ao ânus. Sua principal função é armazenar as fezes até que o corpo esteja pronto para a defecação.
"Ele é responsável pela absorção final de água e nutrientes antes da eliminação das fezes. Quando o reto se enche, ele envia sinais ao cérebro indicando a necessidade de evacuar, iniciando o processo de defecação", diz a coloproctologista Mônica Vieira Pacheco, da Rede Meridional.
A médica explica que a amputação abdominoperineal do reto (AAP) é uma cirurgia utilizada para tratar tumores e outras afecções que acometem o reto distal e o canal anal, que se estendem muito próximo ou através do esfíncter anal (músculos do canal anal). "A cirurgia consiste em remover o reto, o canal anal e o ânus". O ânus é fechado e ressecado com o reto.
Com a cirurgia, o ânus é fechado por pontos e, posteriormente, é feita uma incisão na região perianal e períneo (espaço entre o ânus e a vagina/saco escrotal) e o paciente passa a evacuar por meio de uma colostomia definitiva.
A médica explica que, apesar de ser uma cirurgia mutilatória, ela ajuda a salvar vidas e proporciona ao paciente a chance de cura do tumor. "Os pacientes se adaptam à colostomia e podem ter uma vida ativa e normal. Técnicas como irrigação pela colostomia ajudam a controlar a evacuação e melhorar a segurança no cotidiano, possibilitando aos pacientes a realização de atividade física, ir à praia e trabalhar normalmente", diz Mônica Vieira Pacheco.
A médica ressalta que apesar do impacto funcional, avanços técnicos e adaptações permitem que muitos pacientes tenham uma boa qualidade de vida após a cirurgia.
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