A cantora Beyoncé desabafou sobre o fato de lidar com a psoríase desde a sua infância e detalhou como isso afeta a sua vida e o seu cabelo até hoje. Em entrevista para a Essence, ela relembrou a sua trajetória com a doença.
“Tenho muitas lembranças lindas ligadas ao meu cabelo. A relação que temos com nossos cabelos é uma jornada profundamente pessoal. Desde passar a infância no salão da minha mãe até meu pai aplicar óleo no couro cabeludo para tratar minha psoríase – esses momentos foram sagrados para mim”, revelando pela primeira vez que lida com a doença.
A psoríase é uma doença inflamatória da pele caracterizada por manchas avermelhadas e descamativas, que podem acometer o corpo inteiro, inclusive o couro cabeludo, as unhas e em alguns casos as articulações, quando é chamada de artrite psoriática.
"A doença tem um componente hereditário importante, de 30 a 40% das pessoas com psoríase têm familiar de primeiro grau com a doença. É muito desencadeada e agravada por estresse. Alguns outros fatores como a pele seca, o clima mais seco e o frio podem agravar o quadro. Não há causa muito bem determinada, é multifatorial", explica a dermatologista Juliana Drumond.
Os sintomas são as placas avermelhadas pelo corpo. A médica conta que é muito comum começarem a aparecer sobre as articulações: dedos, mãos, cotovelos e joelhos. "Podem se manifestar com coceira ou ardência nas lesões. Em outras pessoas, porém, manifesta-se sem ardor ou coceira", diz Juliana Drumond.
A psoríase impacta muito na qualidade de vida, limitando a vida social e profissional. Apesar de não ser contagiosa, os pacientes acabam tendo vergonha das lesões.
A doença não tem cura, mas pode ser tratada. De forma geral, os tratamentos indicados para quem tem psoríase são simples e com bons resultados na maioria das vezes. "Nos casos mais leves, cremes são suficientes para tratar. Se acometer uma extensão maior do corpo, normalmente é necessário o uso de medicações sistêmicas, orais ou injetáveis. Muitas vezes, quando se suspende o tratamento, ela volta", diz a dermatologista.
Os tratamentos mais modernos envolvem o uso de imunobiológicos para casos mais graves, como eritrodermia, quando atinge toda a superfície corpórea. "Essa medicação tem custo elevado mas é coberta pelo plano de saúde ou fornecida pelo SUS, se houver indicação", conta Juliana Drumond.
A médica explica que, em relação ao uso de produtos para a pele, é muito importante a hidratação, com produtos para peles sensíveis. "Em alguns casos, podem ser usados cremes à base de corticoide e à base de coaltar e enxofre. Existe a opção com cremes imunossupressores à base de inibidores de calcineurina". Para casos moderados a graves, são indicadas a exposição solar e a fototerapia, tratamento com raios ultravioleta que ajuda bastante no controle das lesões.
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