As mulheres nascem com um estoque de óvulos determinado geneticamente e os óvulos não fecundados são descartados à medida que as menstruações acontecem. Quando o estoque de óvulos acaba acontece a menopausa, marcando o fim da vida reprodutiva da mulher.
“A menopausa é diagnosticada apenas após um ano sem menstruação, ou seja, é um diagnóstico retrospectivo do evento que marca o início do climatério, fase em que a mulher deixa de ser fértil”, explica a ginecologista Carlos Campagnaro, do Hospital São José.
Para as mulheres brasileiras, esse momento costuma acontecer entre os 40 a 50 anos, mas o período do climatério pode se iniciar até 10 anos antes. Essa transição também resulta em outras mudanças no corpo feminino, normalmente associadas a alterações hormonais na produção de estrogênio e progesterona.
Entretanto, quando a mulher para de menstruar antes dos 40 anos, a menopausa é considerada precoce. Alguns fatores que podem levar a esse adiantamento são a realização de cirurgia de retirada dos ovários; quimioterapia ou radioterapia; doenças autoimunes; infecções virais; distúrbios metabólicos e doenças genéticas.
“Apesar de não ter uma causa específica, a menopausa precoce tem relação principalmente com história familiar e estilo de vida”, afirma Mariana Andreata Pontello, ginecologista da Rede Meridional.
Os sintomas iniciais são os mesmos que ocorrem durante a menopausa em idade usual, como irregularidade do ciclo menstrual, ressecamento vaginal e “fogachos”, causados por ondas de calor que ocorrem especialmente no período noturno. Outros sintomas incluem dores nas articulações, alterações de humor, depressão leve, irritabilidade emocional e distúrbios do sono.
É importante procurar tratamento médico para reduzir o incômodo dos sintomas causados pela menopausa precoce e prevenir doenças relacionadas à ausência dos hormônios que param de ser produzidos nessa fase da vida, como osteoporose, sarcopenia, demência, problemas do coração e psiquiátricos.
“A terapia de reposição hormonal é a base do tratamento para a menopausa. Com ela, os hormônios que a mulher deixa de produzir são prescritos conforme a condição de cada paciente. É sempre importante também associar a terapia hormonal com tratamentos alternativos como suplementação, exercício físico, alimentação equilibrada, higiene do sono e controle de stress”, pontua a ginecologista Mariana Andreata.
Ao contrário do que muitas mulheres pensam, a reposição hormonal feita de forma correta e responsável não só melhora a qualidade de vida da mulher como pode até mesmo ajudar na perda de peso.
“É um mito que ainda existe sobre a relação de ganho de peso e reposição hormonal. O que torna o metabolismo mais lento é a ausência dos hormônios necessários, e não a reposição deles. Já os efeitos colaterais podem acontecer como em qualquer tratamento, mas através da terapia com hormônios bioidênticos conseguimos minimizar bastante seu impacto”, finaliza a médica.
*Carol Leal é aluna do 27º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta. Este conteúdo foi produzido com a supervisão do editor do Se Cuida, Guilherme Sillva.
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