Quando foi a última vez que você conseguiu equilibrar a saúde do corpo e da mente? O psicólogo e empresário Márcio Merçoni, 36 anos, sempre buscou o equilíbrio entre esses dois pilares na vida. Apaixonado pela mobilidade do corpo, tanto quanto pela mente, desde jovem pratica esportes. E durante a formação em Psicologia, aprendeu a importância do reconhecimento das emoções e sobre como lidar com elas.
"Há cerca de cinco anos escolhi a meditação como um caminho incrível para a higiene mental. Ela proporciona a regulação das minhas emoções, me ensinou o controle dos pensamentos e, principalmente, me ofereceu mais clareza mental. Desenvolvi muita agilidade mental e de raciocínio", conta.
Márcio integra o grupo de pessoas que acredita na saúde integral, ideia que contempla a saúde física e também a psicológica, esta última, diversas vezes deixada de lado ou considerada menos importante. Para ele, sem uma mente equilibrada, não é possível ter um corpo são.
"É importante cuidar do corpo, da mente e das emoções, pois o equilíbrio entre essas três esferas é o que proporciona a sensação de bem-estar. É essencial estar atento para os hábitos e cuidar da rotina, já que temos cada vez menos tempo para o descanso e autocuidado. Isso acaba prejudicando partes importantes da nossa saúde", afirma o psicólogo, que além da ioga e da meditação, pratica outras atividades ao ar livre como ferramentas de autocuidado.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde é um estado de bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de uma doença. Com a pandemia, ficou ainda mais evidente a importância destes fatores estarem em equilíbrio.
Por isso, alcançar a plenitude requer uma série de atitudes que envolvem cuidar do sono, da mobilidade do corpo, da higiene emocional e também da alimentação.
"Uma alimentação saudável tem papel fundamental na prevenção e no tratamento de doenças. O equilíbrio na dieta é um dos motivos que permite que o homem tenha mais qualidade de vida e longevidade", destaca a nutricionista Catiene Chieppe.
Segundo Chieppe, os alimentos que consumimos diariamente podem impactar no nosso cérebro, na cognição e no estado emocional. "Refeições com comida de verdade têm a combinação certa de vitaminas, minerais e fitoquímicos saudáveis que podem ajudar a melhorar as nossas funções cerebrais, os níveis de energia, a memória, além de controlar as emoções."
O conceito de saúde integral coloca corpo e a mente em um campo único de cuidado. Assim, para estar fisicamente saudável, também é preciso estar bem psicologicamente. Na avaliação do cirurgião do aparelho digestivo Gibran Sassine, esse conceito deve ser reforçado no período pós-pandemia, já que a crise sanitária trouxe diversos prejuízos para a saúde das pessoas.
"Devemos ampliar as áreas de cuidados, não restringindo apenas a cuidados médicos, mas abrangendo para a saúde ocupacional, o ambiente de trabalho, o familiar, o domiciliar e as relações interpessoais e sociais. E, claro, adotando hábitos saudáveis, como boa alimentação e prática de exercícios físicos", diz.
Sassine lembra que a prática de atividades físicas e o consumo de alguns tipos de alimentos estimulam a liberação de substâncias químicas como a adrenalina, a serotonina e a dopamina, que regulam o humor. "Quando liberadas no cérebro, dão a sensação de bem-estar e felicidade", destaca.
Para a psicóloga Camilla Viana, a pandemia permitiu vários debates sobre a importância da saúde integral. Houve uma conscientização de que "estar saudável não é apenas estar livre de doenças, mas ter uma rede de apoio e olhar para a questão emocional".
Segundo a profissional, é necessário ter um olhar mais atento para as nossas emoções. Quando ignoradas, elas refletem no corpo e podem se transformar em sintomas físicos e ocasionar doenças.
"Alterações mentais como a depressão, a ansiedade e a raiva, por exemplo, podem resultar em problemas gástricos, doenças de pele e no intestino. Reconhecer e tratar esses problemas de forma global é a saída para prevenir doenças e promover saúde", diz a psicóloga.
Uma respiração ou frequência cardíaca acelerada podem indicar o início de uma ansiedade ou revelar um momento de euforia. Por isso, é necessário estimular a autopercepção para desenvolver maior inteligência emocional, aprendendo a reconhecer as emoções e saber lidar com elas.
"O caminho inverso também é importante, ou seja, ao reconhecer uma emoção, eu posso modificar um estado mental e emocional, e isso vai se refletir no organismo como um todo", analisa Márcio Merçoni.
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