O cantor Anderson Leonardo, vocalista do grupo Molejo, morreu aos 51 anos nesta sexta-feira (26), devido a um agravo do câncer inguinal que trata desde 2022. A informação foi postada nas redes sociais do grupo.
"Nosso guerreiro Anderson Leonardo, lutou bravamente, mas infelizmente foi vencido pelo câncer, mas será sempre lembrado por toda família, amigos e sua imensa legião de fãs, por sua genialidade, força e pelo amor aos palcos e ao Molejo. Sua presença e alegria era uma luz que iluminava a vida de todos ao seu redor, e sua falta será profundamente sentida e jamais esquecida, nós te amamos”.
Com a notícia do falecimento, internautas relembraram de uma entrevista de 2022, ao podcast "Bull Dog Show", quando o cantor revelou que fazia sexo anal. "As pessoas têm esse trauma de não falar, de não conversar. A gente se realiza assim. Têm coisas que a gente vai aprendendo e começa a entender: pô, tem coisas que eu não posso falar que vai chocar...", disse.
Mas será que a prática do sexo anal pode provocar o câncer? A oncologista Carolina Nolasco, da Oncoclínicas Espírito Santo, explica que o termo câncer inguinal engloba uma variedade de tumores que podem afetar a região da virilha. A médica reforça que o sexo anal não provoca câncer.
"Mas, de forma prática, o câncer anal pode ser desencadeado por relações sexuais desprotegidas, frequentemente relacionadas à contaminação pelo vírus HPV, transmitido sexualmente. É importante ressaltar que a exposição ao HPV não apenas aumenta o risco de desenvolver tumores no canal anal, mas também no colo do útero e no pênis", diz a médica.
Em muitos casos, o câncer inguinal está associado à disseminação (metástase) de tumores que inicialmente afetam órgãos próximos à região inguinal, como câncer de bexiga, anal, de pênis, de colo de útero e câncer colorretal.
O oncologista Wesley Vargas Moura explica que o câncer inguinal é uma forma rara de câncer que se desenvolve na região da virilha, também conhecida como região inguinal. "Tipicamente, o câncer primário nessa área origina-se nos gânglios linfáticos, sendo classificado como linfomas, embora outros tipos de tumores hematológicos, como leucemias, também possam afetar os linfonodos inguinais. Além disso, tumores de partes moles, como sarcomas, podem surgir na região inguinal, embora sejam menos comuns".
Entretanto, o médico ressalta que os tumores mais frequentemente encontrados na região inguinal são metastáticos, ou seja, originam-se em outros órgãos e se disseminam para os gânglios linfáticos inguinais. "Podem ser provenientes de diversas áreas, como o reto, o intestino, o pênis (em homens), o colo do útero, a vulva (em mulheres) e a perna (incluindo melanoma e outros tumores cutâneos). É importante destacar que sarcomas de partes moles primários na região inguinal são raros", diz Wesley Vargas Moura.
Os sintomas do câncer inguinal podem variar, mas geralmente incluem:
O câncer inguinal pode ser considerado grave, especialmente se não for diagnosticado e tratado precocemente. "A gravidade depende do estágio do câncer, do tipo de células afetadas e de quão rapidamente está se espalhando".
O oncologista explica que se o câncer for primário da região inguinal, como um sarcoma, existe o risco de disseminação para outras partes do corpo. No caso de linfomas nos linfonodos inguinais, eles são frequentemente tratados como doença sistêmica, assumindo que já se disseminaram.
"Portanto, geralmente, o tratamento envolve quimioterapia. Em situações específicas, a radioterapia pode ser considerada como opção de tratamento isolado. Por outro lado, se o câncer for metastático, ou seja, originado de outro local, isso indica um estágio avançado da doença, com disseminação para outras áreas do corpo", diz Wesley Vargas Moura.
O tratamento depende do estágio do câncer, do tipo de células afetadas e de outros fatores individuais. Opções de tratamento podem incluir cirurgia para remover os gânglios linfáticos afetados, radioterapia para destruir células cancerosas, quimioterapia para matar células cancerosas ou uma combinação dessas terapias. O tratamento também pode envolver terapias direcionadas ou imunoterapia, dependendo das características específicas do câncer. "É importante ressaltar que o tratamento e o prognóstico podem variar de pessoa para pessoa, e é crucial discutir todas as opções com uma equipe médica especializada para desenvolver um plano de tratamento personalizado", finaliza o médico.
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