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Síndrome Guillain-Barré: saiba sobre doença de Reynaldo Gianecchini

Síndrome Guillain-Barré: saiba sobre doença de Reynaldo Gianecchini

A Síndrome de Guillain-Barré é classificada como uma doença autoimune, em que o próprio sistema imunitário desencadeia inflamação em um ou mais tecidos, ou órgãos de um indivíduo

Publicado em 12 de junho de 2024 às 14:59

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Reynaldo Gianecchini
Reynaldo Gianecchini  descobriu ter a síndrome de Guillain-Barré. (Reprodução @Reynaldogianecchini)

O ator Reynaldo Gianecchini, de 51 anos, descobriu ter a síndrome de Guillain-Barré enquanto se preparava para o seu novo musical “Priscilla, a Rainha do Deserto”, no qual interpreta a drag queen Mitzi/Tick.

"Eu desenvolvi até uma doença autoimune muito louca que foi me paralisando as mãos, as pernas. Tive uma coisa que chama Guillain Barré, que é uma doença autoimune, que eu seu próprio sistema imunológico, os seus nervos, vão te paralisando", contou. 

O neurologista Roger Gomes diz que a Síndrome de Guillain-Barré é classificada como uma doença autoimune, em que o próprio sistema imunitário desencadeia inflamação em um ou mais tecidos ou órgãos de um indivíduo. 

Geralmente, a Guillain-Barré é desencadeada por uma infecção prévia, podendo ser de cunho respiratório ou intestinal, que ocorre entre 2 e 6 semanas antes do seu diagnóstico. "Assim, quadros como diarreia, pneumonia, hepatites A, B e C, HIV, vírus SARS-CoV-2 (variante da Covid-19) e vírus transmitidos pelo mosquito da dengue, como Zika e Chikungunya, podem ser considerados estímulos, embora a ciência ainda não tenha uma compreensão precisa sobre o fenômeno".

Nessa síndrome neurológica inflamatória autoimune, o sistema imunológico do indivíduo começa a atacar partes do sistema nervoso periférico, principalmente seu envoltório, conhecido como bainha de mielina, o que resulta em sintomas como fraqueza muscular, formigamento, dormência e redução ou ausência de reflexos.

"É importante ressaltar que qualquer músculo do corpo pode ser afetado, incluindo os músculos respiratórios, como o diafragma, o que pode levar à insuficiência respiratória em diferentes graus em até um terço dos pacientes. Além disso, a doença, geralmente, afeta os nervos periféricos responsáveis pelo controle da atividade cardíaca e da pressão arterial, podendo causar arritmias cardíacas e hipertensão arterial aguda", complementa o médico.

Apesar de assustar à primeira vista, a doença é considerada rara e não contagiosa. No Brasil, a incidência é baixa, atingindo entre 1 e 4 pessoas a cada 100 mil habitantes anualmente. Os jovens e adultos entre 20 e 40 anos são os mais afetados.

O diagnóstico inicial é clínico e posteriormente confirmado por meio de exames que avaliam os nervos e músculos, como a eletroneuromiografia e a análise do líquido cefalorraquidiano, obtido por meio de uma punção na coluna lombar.

"O reconhecimento precoce da doença é fundamental para iniciar o tratamento o mais rápido possível, a fim de evitar fraqueza prolongada, comprometimento dos músculos respiratórios e, nos casos mais graves, insuficiência respiratória com necessidade de intubação e respirador mecânico", reforça o neurologista.

Atualmente, as principais abordagens terapêuticas para tratar a síndrome são o uso de imunoglobulina humana intravenosa em altas doses. E se a sua utilização não resultar em uma melhora significativa, geralmente, recorre-se à troca do plasma do paciente por meio de um procedimento chamado plasmaferese. Em alguns casos, pode ser necessária uma combinação dos dois procedimentos. No país, ambos os tratamentos estão disponíveis gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

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