O outono chegou e, com ele, as temperaturas mais frias, principalmente no final do dia. No entanto, a mudança no termômetro também pode impactar significativamente a saúde, principalmente de pacientes com doenças crônicas cardíacas e pulmonares.
A variação inesperada de temperatura faz com que o corpo precise manter órgãos vitais funcionando, aumentando o gasto energético, deixando-o mais vulnerável. As baixas temperaturas favorecem a disseminação de vírus e bactérias, as pessoas ficam mais confinadas e isso gera um aumento de doenças respiratórias como gripe, rinite, sinusite e pneumonias.
Quando a umidade do ar está baixa, ocorre ressecamento das vias aéreas, favorecendo ainda mais o aparecimento de descompensações respiratórias, principalmente em crianças e em portadores de doenças pulmonares crônicas.
Além dos danos às vias aéreas, o frio é o responsável por aumentar as doenças cardiovasculares. Segundo a v Cristina Milagre, do Hcor, em temperaturas mais baixas, ocorre a vasoconstrição (estreitamento do diâmetro das artérias), que pode prejudicar o fluxo sanguíneo adequado de oxigênio ao coração.
“Esse desequilíbrio pode levar a quadros de angina do peito e até infarto do miocárdio”, afirma a médica. Isso acontece porque o coração precisa trabalhar mais para manter a temperatura interna do corpo em equilíbrio.
Segundo a Associação Americana do Coração, os quadros de arritmias, infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVCs) são os mais comuns no frio. “A pressão arterial tende a ser mais alta no frio devido à vasoconstrição, e isso já acende uma luz de alerta. Pessoas portadoras de hipertensão arterial, insuficiência cardíaca (coração fraco e/ou dilatado), angina e aquelas que já sofreram infarto devem ficar ainda mais atentas e fazer o acompanhamento de maneira regular”, completa Cristina Milagre.
Além disso, ao sinal de qualquer sintoma como dor no peito, formigamento no braço, falta de ar, palpitação e sudorese, o paciente deve ser levado diretamente ao pronto-socorro. Pesquisadores da London School descobriram que, em dias de inverno rigoroso, cada grau a menos de temperatura tem relação direta com 200 casos de infarto a mais.
Para que o corpo não sofra tanto com as mudanças de temperatura, é necessário adotar algumas medidas de proteção, como usar roupas do estilo cebola (roupas em camada) que podem ser retiradas e colocadas facilmente a depender do clima durante o dia. Ainda, é sempre importante manter uma rotina saudável , o uso regular das medicações, os exames de rotina em dia, assim como as consultas regulares com o cardiologista responsável.
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