Vitacid, Vitanol, Tretinoína, ácido retinóico… se você consome conteúdo de beleza nas mídias sociais, deve ter ouvido falar de alguns desses nomes nos últimos dias. Em última análise, todos esses termos se referem à mesma coisa: o ácido retinóico, um ingrediente já consagrado quando o assunto é skincare, mas que tem ganhado muita popularidade recentemente.
Estamos vivendo uma verdadeira renascença do ácido retinóico, com diversos vídeos no TikTok e Instagram jurando pelo poder do ativo e até comentários sobre a dificuldade de encontrá-lo na farmácia, devido à tamanha procura.
Este produto está cada vez mais presente na rotina de cuidados com a pele das pessoas. “O ácido retinóico é uma vitamina A ácida. É o ácido de primeira escolha para o tratamento de peles envelhecidas cronologicamente ou fotoenvelhecidas, sendo considerado o ativo padrão ouro no rejuvenescimento domiciliar”, diz a dermatologista Claudia Marçal.
Conforme a dermatologista Mônica Aribi, esse ácido, que pode ser usado em cosméticos de uso domiciliar ou como peeling em consultório, atua estimulando a renovação celular.
“Por esse efeito de renovação das células da pele, o ingrediente também pode ajudar a ‘eliminar’ as células manchadas da superfície do tecido cutâneo e a acne”, acrescenta a médica. Além disso, Claudia Marçal explica que, ao melhorar o 'turn over celular', faz com que as células cheguem mais jovens, oxigenadas e nutridas à superfície da pele. “Também é um poderoso estimulador da neocolagênese, isto é, favorece a síntese das fibras de colágeno do tipo um e três”, diz a dermatologista.
É importante não confundir o ácido retinóico com outro ativo famoso, o retinol, pois, apesar do nome similar, não são a mesma coisa. “O retinol é um derivado do ácido retinóico. Enquanto o ácido retinóico é um metabólito ativo na pele, o retinol deve ser transformado, pela nossa pele, em ácido retinóico para então agir. O efeito do ácido retinóico é mais ‘forte’, mais ‘efetivo’ do que do retinol”, explica a dermatologista Paola Pomerantzeff.
Ademais, há outras diferenças importantes entre esses produtos: “os efeitos colaterais, como vermelhidão e afinamento da pele, são menores com o uso do retinol quando comparado com ácido retinóico. Além disso, o ácido retinóico deve ser prescrito por dermatologista, enquanto o retinol pode ser comprado em farmácias sem receita médica”, acrescenta.
Apesar dos seus inúmeros benefícios, é importante tomar alguns cuidados antes de entrar de cabeça na renascença deste ativo para não colocar a saúde e beleza da pele em risco. “O ácido retinóico é extremamente potente, mas é fotossensível, ou seja, pode tornar a pele mais sensível e causar manchas quando exposto ao sol. Por isso, só deve ser utilizado no período da noite e sempre associado ao uso diário de fotoprotetor”, alerta Mônica Aribi.
Além disso, o ativo deve ser utilizado conforme as orientações do dermatologista. “Se a concentração de ácido retinóico no produto for muito elevada ou o paciente abusar da quantidade, o ingrediente pode causar uma dermatite irritativa de contato. Além disso, não deve ser combinado com outros ácidos. Também nunca deve ser usado de maneira contínua, pois, ao deixar a pele mais fina e delicada, pode fazer com que se torne mais sensível aos agressores ambientais”, alerta Claudia Marçal.
A dermatologista também alerta que o ácido retinóico é contraindicado em alguns casos. “O ativo não deve ser usado por gestantes, peles hiper-reativas, pacientes oncológicos ou com diabetes descontrolada por conta da cicatrização”, ressalta.
Para começar a utilizar o ácido retinóico, além de buscar um especialista, o ideal é inserir o ingrediente na rotina de skincare aos poucos. “No início, o ideal é aplicar o produto com ácido retinóico de duas a três vezes por semana, intercalando, nos outros dias, com hidratantes nutritivos formulados com ativos que melhorem a irritabilidade desse ácido”, diz Claudia Marçal.
Segundo Paola Pomerantzeff, outra dica para melhorar a tolerância ao ingrediente, especialmente para pessoas com peles mais ressecadas ou sensíveis, é aplicar um hidratante com ceramidas ou ácido hialurônico antes do creme com o ativo, para atuar como um “escudo físico” para a pele. “Esse hidratante fará com que uma menor quantidade do ingrediente penetre e, portanto, haverá menos efeitos colaterais”, acrescenta a dermatologista.
Apesar de não poder ser utilizado com outros ácidos, este produto pode ser combinado com uma série de outros ingredientes para potencialização dos resultados. “Por exemplo, é possível utilizar o ácido retinóico em conjunto com ativos clareadores, como a hidroquinona e o alfa arbutin, ou com ingredientes antioxidantes como OTZ-10, Alistin, Hyaxel”, diz Claudia Marçal.
Segundo ela, é importante avaliar a necessidade da pele. “Tudo depende do que estamos buscando: o tratamento de uma pele envelhecida naturalmente; uma pele fotoenvelhecida com manchas; ou, até mesmo, um quadro de acne microcomedonal inflamatória, em que o ácido retinóico tem um papel fundamental na ruptura desses microcomedões, no processo de higienização da pele e na retirada das impurezas dos dutos de saída do tecido cutâneo”, completa.
A dermatologista explica em peles de pacientes mais jovens com acne, este ativo aparece em veículos mais leves, em concentrações diferenciadas e associado a ativos como a nicotinamida.
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