De acordo com o Alerta Epidemiológico de Coqueluche da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em 2024, até o mês de junho, o Brasil registrou 240 casos de coqueluche, 10% a mais se comparado ao mesmo período em 2023. Essa é uma doença infecciosa respiratória causada por uma bactéria e tem como principal característica a ocorrência de crises de tosse seca e intensa.
O aumento da transmissão de coqueluche no Brasil é uma realidade motivada pela baixa cobertura vacinal. A condição ocorre, principalmente, pelo contato direto de uma pessoa suscetível (não vacinada) com outra que está portando a doença, por meio de gotículas de saliva expelidas por tosse, espirro ou fala.
Os sintomas da coqueluche , de início, são semelhantes aos de um resfriado comum. Segundo a infectologista do Hospital Universitário Ciências Médicas, Laila Machado, a tosse seca, a coriza, a febre baixa e o mal-estar podem durar semanas.
“Conforme a evolução da doença, percebe-se que a tosse fica mais intensa, levando a crises descontroladas, que prejudicam a respiração. Nos bebês, a tosse é sufocante e, em algumas vezes, eles podem ficar cianóticos (com coloração mais azulada) devido à dificuldade de oxigenação”, explica.
O diagnóstico é feito com base na apresentação clínica da doença. “A tosse é bem característica e é o principal sintoma que ocasiona a suspeita”, afirma Laila Machado. Ainda segundo a especialista, o diagnóstico definitivo é feito por meio da detecção da bactéria em amostras coletadas nas vias respiratórias.
A infectologista afirma que a vacinação é a principal medida de prevenção da doença. As doses da vacina contra coqueluche devem ser administradas em conformidade com o Calendário Nacional de Vacinação da Criança do Ministério da Saúde.
Após o diagnóstico da doença, os antibióticos prescritos pelos médicos para o tratamento são a melhor maneira de cura. Na maioria dos casos da doença em crianças e bebês, são realizadas internações para maior suporte e acompanhamento.
De acordo com a médica, a coqueluche é uma doença infantil. Contudo, pode acometer todas as idades caso a pessoa não seja imunizada e/ou tenha contato com um portador da enfermidade. “O principal grupo de risco são os bebês com menos de seis meses, pois podem complicar com uma pneumonia , alterações neurológicas, desidratação etc.”, afirma.
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