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Ano da renda fixa? Saiba quais investimentos vão 'pocar' em 2025

Ano da renda fixa? Saiba quais investimentos vão 'pocar' em 2025

Especialistas analisam cenário econômico turbulento atual e projetam o caminho a ser adotado no próximo ano por quem deseja investir

Publicado em 31 de dezembro de 2024 às 17:57

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Renda fixa é apontada como o melhor investimento para 2025
Renda fixa é apontada como o melhor investimento para 2025. (Freepik/Montagem)

Juros em alta, dólar na máxima histórica e incerteza nos mercados nacional e internacional. O ano de 2025 começa em um panorama econômico diferente do ano anterior, o que afeta o rumo dos poupadores. Diante desse cenário, como saber em que investir no novo ano?

Analistas ouvidos por A Gazeta avaliam que a Selic seguirá em escalada, de acordo com as últimas movimentações do Banco Central, assim como o dólar, o que tornará investimentos em renda fixa mais atraentes. Em dezembro de 2024, o BC aumentou em 1 ponto percentual a taxa básica de juros, que passou de 11,25% para 12,25% ao ano, e há a estimativa de que essa pode passar dos 14% em março, como forma de direcionar a inflação para a meta.

“A inflação também deve seguir pressionando, especialmente se não houver mudanças importantes para equilibrar as contas do país. Esses pontos exigem atenção, pois podem impactar o custo de vida da população e dificultar a recuperação da economia”, contextualiza o especialista em investimentos Daniel Carraretto.

O que é renda fixa?

A renda fixa é um modelo de investimento considerado mais seguro e previsível. Quando o investidor aplica em renda fixa, está emprestando dinheiro para uma instituição financeira, empresa ou diretamente para o país. Em troca, quem toma o empréstimo se compromete a devolver o dinheiro com uma porcentagem de ganho, que pode estar vinculada à variação da inflação, taxa básica de juros ou a uma taxa já determinada na hora da aplicação. 

Na mesma linha, o sócio-fundador da Pedra Azul investimentos Lélio Monteiro avalia que 2025 será desafiador por conta da deterioração das contas públicas. O analista também aponta que a renda fixa ganhará destaque entre os investidores mais moderados, enquanto a variável pode ser uma opção para os investidores mais arrojados.

“Investidores conservadores e moderados devem ficar mais defensivos e aumentar posição em renda fixa, tanto pós-fixada quanto de inflação, aproveitando as altas das taxas, sempre respeitando seu perfil e sua tolerância a risco e volatilidade. Para o investidor arrojado, que tradicionalmente se posiciona em renda variável, os dois próximos anos serão indicados para busca de oportunidades para comprar ativos baratos, como ações e fundos imobiliários, desde que se tenha tempo – no mínimo 2 anos – para que o mercado possa se recuperar, o que dependerá intimamente da política fiscal, da inflação e do juros”, diz Lélio.

4,87%
É A VARIAÇÃO DO IPCA NOS ÚLTIMOS 12 MESES (ACIMA DO TETO DA META)

Mas por que renda fixa?

O sócio da XP Investimentos Caio Souza reforça que, com a Selic em alta e a inflação sob controle, a renda fixa deve liderar as opções de investimento. A sugestão dele é para aplicações em títulos pós-fixados, acompanhando o CDI. “São a escolha ideal para quem busca segurança e liquidez”, avalia.

Já os títulos atrelados à inflação, como o Tesouro IPCA+, são indicados para objetivos de longo prazo, garantindo proteção contra a perda de poder de compra.

“Na renda variável, o foco estará em setores resilientes, como energia, saneamento e consumo básico, que apresentam bom desempenho mesmo em ambientes de juros altos. Os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) também podem oferecer boas oportunidades, especialmente em segmentos como logística e lajes corporativas. No cenário internacional, a diversificação é essencial: ETFs que replicam índices globais, como o S&P 500, e empresas de tecnologia continuam promissoras para o longo prazo”, afirma Caio.

Para Cecília Perini, economista e líder regional da XP no Espírito Santo e em Minas Gerais, as possibilidades previstas com a renda fixa advêm do maior nível de segurança proporcionado por essa modalidade diante de um cenário de incertezas política e fiscal, não só no Brasil, mas também no exterior.

“O investidor consegue ter uma rentabilidade mais previsível sem correr riscos. A gente consegue ver carteiras mais posicionadas em renda fixa para o próximo ano e, em muitas delas, a recomendação é o IPCA+, que são títulos vinculados à inflação, dado que a gente tem uma perspectiva de índices inflacionários mais altos para o próximo ano. Assim, ter esses títulos passa a fazer sentido na carteira do cliente”, observa Cecília.

Outras formas de investimento

Na avaliação de Caio Souza, o investidor precisa conhecer o próprio perfil. “O conservador busca segurança acima de tudo, priorizando renda fixa. O moderado equilibra segurança e risco, diversificando entre renda fixa, FIIs e ações sólidas. Já o agressivo tem maior tolerância ao risco, explorando ações, ETFs (fundos de investimentos), e até ativos alternativos, como criptomoedas. Identificar seu perfil é o primeiro passo para construir uma carteira eficiente, alinhada aos seus objetivos”, salienta.

O especialista avalia que 2025 será marcado pela liderança da renda fixa, mas com oportunidades claras para diversificação e crescimento. “O importante é ajustar os investimentos ao cenário econômico, sempre considerando o perfil e as metas individuais. Um planejamento bem estruturado será a chave para aproveitar as oportunidades e minimizar os riscos”, acrescenta Caio.

Cecília Perini, por sua vez, sugere o investimento em outras moedas, além do real. “Quando há incerteza interna, tendemos a ter valorização do dólar e desvalorização do real. Nos últimos anos, estamos falando em diversificar internacionalmente, dolarizar parte da carteira para distribuir o risco. O caminho pode ser via fundos de investimentos, em títulos do exterior. É algo que recomendamos para ter mais diversificação e proteger o capital. Neste momento de dólar em alta, o cliente tem a possibilidade de ganhar em outros ativos que não seja a renda fixa. Há também os bitcoins, que acabam sendo influenciados pelo dólar”, observa.

A economista ressalta, por fim, que não é necessário aplicar uma alta quantia financeira para começar a poupar. “As pessoas, às vezes, acham que precisam de muito recurso para investir. A maior parte dos investimentos que falei tem o tíquete inicial de R$ 100,00. Alguns até menos do que isso, como o Tesouro Direto."

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