Assim como a água do mar, a conta para o capixaba e o turista que optarem por comer nos quiosques nas praias da Grande Vitória também vai estar salgada. Segundo alguns comerciantes entrevistados por A Gazeta em Vitória, Vila Velha e na Serra, os pratos mais procurados por banhistas, como peroá e camarão, puxam a fila dos que ficaram mais caros.
Bruna Gusmão, gerente do Quiosque Marujo, de Vila Velha, destacou que o valor do peroá tem gerado preocupação. Como está em falta, o preço de compra do peixe ficou mais mais caro, o que acaba sendo repassado para o consumidor final nos quiosques. Em pesquisa realizada por A Gazeta, a porção do peroá simples, com acompanhamentos, foi encontrada por até R$ 159 (veja os valores no fim do texto). Da mesma forma, a casquinha de siri e o camarão também estão inflacionados. "Estamos receosos de como isso vai ser recebido pelos clientes”, disse Bruna.
Geraldo Wagner, proprietário do Quiosque Gaivotas, na Praia de Camburi, em Vitória, reforça a explicação de Bruna. “Este ano o peroá sumiu. Os barcos estão voltando com a quantidade mínima. Estávamos segurando os preços, mas vamos ter que repassar isso para o cliente”, admite.
Outros comerciantes da Capital ainda relutam em repassar o aumento do valor da matéria-prima dos pratos aos clientes. Inclusive, nos quiosques consultados, a diferença de preços em relação ao verão passado não chegava aos R$ 5. Mas todos são unânimes em afirmar os preços não devem permanecer "congelados" por muito tempo.
Proprietário e chef do Maresia’s, na Serra, David de Jesus Santos reforça a preocupação com o aumento do preço dos insumos, especialmente os frutos do mar. “O badejo, produto principal da moqueca capixaba, deu uma disparada. A carne vermelha também, assim como o peroá. Ele está escasso e o preço está indo lá em cima.”
Luiza Martins, do Berro d’Água, na Serra, também lamenta o preço dos produtos. “Tanto as comidas básicas, como arroz e óleo, estão caríssimos, quanto os peixes e as carnes. Estou comprando peroá mais caro como nunca e o dourado também está acima do valor esperado”, relata.
O aumento de preços já é percebido pelos turistas. Érica Costa, que veio de Brasília (DF) com a família para o Espírito Santo, disse que o preço da caipirinha na Praia da Costa, em Vila Velha, está mais caro que em sua cidade. “Está quase o dobro da de lá. Eu pensei até em mudar de quiosque, mas já estava estabelecida aqui. Vi tudo bem mais caro que em Brasília”, disse.
Porém, de um modo geral, apesar dessa variação de preços, a expectativa dos comerciantes para o próximo verão é alta. No Maresia’s, por exemplo, houve ampliação da equipe de atendimento. “Ampliamos um pouco o nosso quadro de funcionários. Tivemos uma alta de mais ou menos 20% de público, o que é bem considerável. Assim, precisamos fazer treinamentos para poder absorver essa expectativa”, afirma David de Jesus Santos.
Os restaurantes da Serra também esperam receber uma quantidade maior de clientes, especialmente aproveitando a revitalização da orla de Jacaraípe. "A expectativa é de melhora este ano. Nossa orla era muito defasada. Não tinha condição para o turista ser bem recebido. Precisávamos mesmo desse investimento”, comenta Luiz Cavalari, um dos proprietários do Tulipas.
O carro-chefe do estabelecimento é o galopé, que leva carne suína, feijão e galo. Segundo ele, todas estas proteínas, assim como os frutos do mar, encareceram, o que se refletiu no valor final. “Os aumentos foram abusivos.”
Lucas Silva, gerente do Restaurante Belo Horizonte, também na Serra, faz coro e diz que a carne vermelha chegou a ter 10% de aumento. Ele, porém, afirma não ter repassado o preço ao consumidor. E destaca ter contratado quatro funcionários, pensando no verão.
Cidades consultadas: Vila Velha, Vitória e Serra, nos dias 10/12, 13/12 e 17/12, respectivamente
Porção de fritas
Casquinha de Siri
Bolinho de Bacalhau
Peroá simples
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