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Renda fixa ainda é boa estratégia para investir, diz economista-chefe do Sicredi

Renda fixa ainda é boa estratégia para investir, diz economista-chefe do Sicredi

André Nunes de Nunes abordou os cenários econômicos e estratégias de investimentos para 2025 em evento em Vitória

Publicado em 4 de abril de 2025 às 18:14

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André Nunes de Nunes é economista-chefe do Sicredi
André Nunes de Nunes disse que a renda fixa se consolida como uma opção atraente. (Divulgação)

O ano de 2025 começou com a economia aquecida, mas entraram em cena alguns desafios como o dólar alto, aumento da taxa de juros e inflação também em perspectiva de crescimento. Nesse cenário, como ficam as melhores escolhas para investimentos? Para André Nunes de Nunes, economista-chefe do Sicredi, com a taxa de juros em patamares elevados, em 14,25% ao ano, a renda fixa se consolida como uma opção atraente para quem busca segurança e previsibilidade nos retornos.

André, que é doutor em Economia Aplicada e já foi eleito “Economista do Ano” pelo Conselho Regional de Economia do Rio Grande do Sul, falou sobre o assunto em evento realizado em Vitória na quinta-feira (3), no “Panorama Sicredi: Cenários econômicos, estratégias e oportunidades de investimentos para 2025”.

"O momento favorece mais quem investe em renda fixa do que aqueles que apostam em ativos mais voláteis, como ações", pontua André.

Ele reforça, no entanto, que o perfil do investidor deve ser levado em conta. "Quem deseja sair da renda fixa precisa estar preparado para a volatilidade do mercado e aceitar o risco de perdas temporárias. A escolha dos ativos deve ser feita com base em uma análise do perfil e dos objetivos de cada investidor", alerta.

Renda fixa ainda é boa estratégia para investir, diz economista-chefe do Sicredi

Para o restante de 2025 e 2026, a recomendação é manter cautela, especialmente diante das incertezas econômicas e políticas, tanto no Brasil quanto no exterior.

Cenário em 2025

Nos primeiros meses do ano, o Brasil apresentou crescimento econômico, mas de forma desigual entre os setores. Segundo André, enquanto o agronegócio puxou o PIB para cima, segmentos como indústria, comércio e serviços mostraram desaceleração.

"O primeiro trimestre deve fechar com crescimento em torno de 1,2%, muito impulsionado pelo agronegócio. Mas, olhando para os demais setores, a expansão ocorre em ritmo mais lento", explicou o economista.

A inflação, por sua vez, continua sendo um desafio, especialmente nos preços dos alimentos. O Banco Central, para conter essa pressão, manteve a política de juros elevados. A taxa Selic pode chegar a 15,25% ao longo do ano, o que impacta diretamente as estratégias de investimento.

Para empresas e empreendedores que buscam crédito em um cenário de juros elevados, a recomendação do economista é analisar bem as condições do mercado e entender os ciclos anteriores.

"Momentos de desaceleração sempre geram desafios, mas também criam oportunidades. Empresas menos endividadas e com maior capacidade de repasse de preços tendem a sair mais fortalecidas", avalia.

Nesse contexto, as cooperativas de crédito podem desempenhar um papel estratégico. "Diferentemente dos bancos tradicionais, as cooperativas têm um olhar voltado para a longevidade do associado. O crescimento do cooperado é fundamental para o crescimento da cooperativa, o que gera um relacionamento mais próximo e taxas de crédito mais ajustadas à realidade de cada negócio", explica André.

Diante de um cenário de juros altos e incertezas econômicas, a renda fixa se destaca como a opção mais segura para quem busca rentabilidade com menor risco, segundo o economista-chefe. Já para empresas e empreendedores, o momento exige cautela na busca por crédito e um planejamento estratégico para navegar pelas oscilações do mercado.

"A economia segue em um cenário de desafios e oportunidades. O mais importante para investidores e empresários é entender o contexto, avaliar riscos e tomar decisões alinhadas com seus objetivos de longo prazo", diz André.

Outro tema em debate no cenário econômico é a proposta de isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil. Para André, a medida pode ter impactos mistos na economia.

"Por um lado, aumenta o poder de compra das famílias, o que impulsiona o consumo. Mas, por outro, pode pressionar a inflação, dificultando o trabalho do Banco Central na redução dos juros", explica.

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