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35% das assassinadas no ES em 7 meses morreram por serem mulheres

35% das assassinadas no ES em 7 meses morreram por serem mulheres

Estado contabilizou 57 casos de homicídios de mulheres entre janeiro e julho. Entre os casos de feminicídio, a maioria foi praticada por companheiros, maridos ou namorados

Publicado em 9 de agosto de 2021 às 15:09

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Homem - Agressor - Machismo - Violência contra a mulher - Feminicídio
Ilustração: homem agressor de mulheres. (Arabson)

Entre os meses de janeiro e julho deste o ano, o Espírito Santo contabilizou 57 casos de homicídios de mulheres. Desse total, 20 foram identificados como feminicídio, o que equivale a 35% dos casos. Feminicídio é o assassinato de uma mulher cometido em razão do gênero.

Os dados são de um monitoramento realizado pelo Ministério Público Estadual (MPES), por meio do Núcleo de Enfrentamento às Violências de Gênero em Defesa dos Direitos das Mulheres (Nevid), e considera informações do Observatório de Segurança Pública (OSP) da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesp).

O relatório aponta que, entre os casos de feminicídio, a maioria foi praticada por companheiros, maridos ou namorados.

Disponibilizado mensalmente desde 2016, o relatório lembra casos conhecidos no Espírito Santo, como o da médica Milena Gottardi, baleada com um tiro na cabeça em 2017, e cujo julgamento dos seis acusados, incluindo o ex-marido da vítima, está marcado para o dia 23 de agosto deste ano.

Ao tratar dos homicídios dolosos, o documento estima que 24% das mortes em 2021 foram de mulheres entre 35 e 49 anos e que 60% das vítimas foram mortas por arma de fogo.

Quando o recorte é feito especificamente para os 20 casos de feminicídio somados até este mês, os números registram que, em 47% dos casos, as vítimas eram mulheres de 30 a 39 anos e que 39% dos autores eram os companheiros das vítimas.

Em comparação com os números do ano passado, os primeiros sete meses de 2021 registraram quatro casos a mais do que os somados até julho de 2020.

Quanto aos casos de feminicídios registrados neste ano, a coordenadora do Nevid, promotora de Justiça Cristiane Esteves Soares, disse que é necessário entender que este é um crime brutal, que decorre de uma escalada de violências, como ameaças, agressões físicas, ofensas morais e outras formas de violação de direito.

“Muitas vezes, pode começar com uma frase como ‘você não é boa o suficiente’ e passar para o controle e ciúmes excessivos, além de ameaças de morte. Depois, pode evoluir para a violência física até finalizar com o crime brutal”, explicou. 

DENUNCIE

A sociedade tem papel fundamental no enfrentamento à violência contra a mulher e a denúncia, mesmo que anônima, é muito importante. O Nevid/MPES pode ser acionado junto à Ouvidoria da instituição pelo telefone 127, pelo e-mail [email protected] ou diretamente nas Promotorias de Justiça das Comarcas.

Outros serviços de denúncia anônima são disponibilizados por meio da Central 180 ou Disque-Denúncia 181. A Polícia Militar também pode ser acionada 24 horas, por meio do Ciodes 190.

* Com informações do MPES

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