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Babá assassinada em Cariacica, Elizangela era querida pelas crianças

Babá assassinada em Cariacica, Elizangela era querida pelas crianças

Babá de 36 anos foi morta a facadas em casa e o principal suspeito é o namorado. Ela deixa duas filhas; a caçula, de 9 anos, foi quem encontrou o corpo da mãe

Publicado em 22 de fevereiro de 2021 às 20:46- Atualizado há 4 anos

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A babá Elisângela Teixeira de Lacerda, de 36 anos, foi achada, pela filha de 9 anos, esfaqueada e morta no banheiro
A babá Elizângela Teixeira de Lacerda da Silva era muito querida no bairro em que morava. (Acervo da família)

Aos 36 anos, Elizângela Teixeira de Lacerda da Silva tinha seus momentos de voltar à infância e brincar na rua, com as filhas e as crianças da vizinhança, e também responsabilidades de adulta, cuidando do pai. De uma forma ou de outra, a alegria estampava o rosto da babá, que era reconhecida e querida em Castelo Branco, bairro em que morava no município de Cariacica. Mas a sua história foi interrompida brutalmente no último sábado (20), quando foi assassinada a facadas em casa.

O suspeito é o namorado Cleomar de Miranda Gonçalves, cuja identidade não havia sido informada pela polícia, mas tornou-se conhecida na audiência de custódia realizada pela Justiça. Ele foi preso em flagrante no mesmo dia do crime, após se apresentar e confessar, e  autuado por feminicídio - tipificação para os casos em que a mulher é assassinada devido ao gênero. Nesta segunda-feira (22), o Judiciário converteu o flagrante em prisão provisória. 

No Espírito Santo, em janeiro, sete mulheres foram mortas e em dois dos casos o feminicídio já foi confirmado, conforme levantamento da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) atualizado até o último dia 18.

"TODO MUNDO GOSTAVA DELA"

Elizângela, aos olhos de uma cunhada que preferiu não ser identificada, era amiga para todas as horas, alegre, divertida e sempre disposta a ajudar a quem precisasse. "Ela era uma ótima pessoa. Todo mundo gostava muito dela, era conhecida por todos no bairro", descreve a cunhada. 

Sem trabalho formal desde que foi dispensada devido à pandemia da Covid-19, Elizângela levou para casa sua habilidade com as crianças. Segundo a cunhada, passava horas assistindo filmes com as filhas, de 9 e 16 anos, e também com a garotada da vizinhança e da família. A casa vivia sempre cheia. Isso quando não ia para a rua brincar de pique-bandeira, jogar bola. "Ela sempre inventava alguma coisa para se divertir e divertir quem estivesse com ela", ressalta.

Morando próximo ao pai, que é viúvo, Elizângela diariamente cuidava dele e até lhe fazia o almoço. "Era muito companheira e ele está muito abatido com a morte da caçula", conta a cunhada. 

Na verdade, o assassinato de Elizângela ainda não foi assimilado por ninguém da família. A cunhada diz que não convivia com o casal, e também não tinha nenhuma informação que pudesse indicar que o namorado da babá iria agredi-la. Agora, a preocupação é com as filhas da Elizângela que, a princípio, devem ficar morando com a tia, pois o pai vive na Bahia. 

O CRIME

Foi a caçula de Elizângela, uma menina de 9 anos, que encontrou o corpo da mãe, no banheiro de casa. Eram 5h30 quando a criança acordou e avistou a maçaneta do cômodo em cima do fogão. Ela a colocou no lugar, e conseguiu abrir a porta. Ao se deparar com a cena, correu para pedir ajuda, mas quando o socorro chegou, a babá já estava morta. 

Horas depois, a equipe da Delegacia Regional de Cariacica prendeu o namorado, um homem de 37 anos, como suspeito do crime. Familiares de Elizângela já tinham informado que ele havia passado a noite na casa da babá e saído do local pela manhã. Como sabia que estava sendo procurado e, temendo ser linchado por populares que conheciam a vítima, procurou a polícia e se entregou. 

Errata Atualização
22 de fevereiro de 2021 às 22:04

Após a publicação desta matéria, que apontava que o nome do suspeito não havia sido informado pela polícia, o Judiciário realizou audiência de custódia, e o identificou como Cleomar de Miranda Gonçalves. O texto foi atualizado. 



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