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Câmara aprova projeto que aumenta pena de feminicídio para até 40 anos

Câmara aprova projeto que aumenta pena de feminicídio para até 40 anos

Proposta ainda veta agressor de mulher em cargo público; texto agora segue à sanção do presidente Lula (PT)

Publicado em 12 de setembro de 2024 às 09:13

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RAQUEL LOPES E VICTORIA AZEVEDO

BRASÍLIA - O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta quarta-feira (11), um projeto de lei que endurece a pena para o feminicídio para até 40 anos. A proposta também veta autores de crimes contra mulheres de exercer cargo público.

A votação foi simbólica, quando não há contabilização dos votos. O texto agora segue à sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Violência doméstica: mulheres clamam para viver longe das agressões
Violência doméstica: mulheres clamam para viver longe das agressões. (Dragana_Gordic/Freepik)

De autoria da senadora Margareth Buzetti (PSD-MT), o projeto transforma o feminicídio em um tipo penal autônomo, em vez de mantê-lo como uma qualificadora do homicídio. A medida busca aumentar a pena, aumentar a visibilidade do crime e reduzir a subnotificação dos casos.

A pena para o crime de feminicídio varia atualmente de 12 a 30 anos de reclusão, conforme as circunstâncias do caso. No entanto, a proposta aprovada pelos deputados amplia essa pena para até 40 anos de prisão.

Em seu parecer, a relatora Gisela Simona (União Brasil-MT) diz que a falta de formação adequada ou de protocolos claros pode levar as autoridades a classificar o crime simplesmente como homicídio, mesmo quando a conduta é praticada contra a mulher por razões da condiçao do sexo feminino.

Além disso, a falta de uniformidade nos registros prejudica ainda a obtenção de dados estatísticos confiáveis sobre feminicídios, essenciais para o desenvolvimento de políticas públicas.

A proposta também impede que quem cometeu crimes contra a mulher ocupe cargo público ou exerça mandato eletivo. Além disso, amplia a pena para delitos cometidos em razão do sexo feminino, como lesão corporal, crimes contra a honra, ameaça e descumprimento de medida protetiva.

Outro ponto da proposta aprovada aumenta o tempo para a concessão da progressão de regime aos condenados por feminicídio, além de ser obrigatória a monitoração eletrônica do preso para qualquer benefício.

Em seu parecer, Simona diz que o projeto "contribui sobremaneira para o aumento da proteção à mulher vítima de violência".

"A criação do tipo penal autônomo de feminicídio é medida que se revela necessária não só para tornar mais visível essa forma extrema de violência contra a mulher, mas também para reforçar o combate a esse crime bárbaro e viabilizar a uniformização das informações sobre as mortes de mulheres no Brasil", diz ela.

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