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CineMarias: ES precisa ampliar rede de apoio a mulheres vítimas de violência

CineMarias: ES precisa ampliar rede de apoio a mulheres vítimas de violência

Trabalho conjunto entre diversos setores da sociedade é uma das ações a serem fortalecidas; debate ocorreu em painel no primeiro dos três dias do evento, que terá mais rodas de conversas, exibição de filmes e apresentação musical

Mikaella Mozer

Repórter / mmferreira@redegazeta.com.br

Publicado em 31 de agosto de 2023 às 14:52

Painel: Depois da Lei Maria da Penha, Cine Metrópolis, Ufes
Painel: Depois da Lei Maria da Penha, Cine Metrópolis, Ufes Crédito: Ricardo Medeiros

2ª Mostra CineMarias, nesta quinta-feira (31), foi aberta com o painel “Depois da Lei Maria da Penha”. A primeira discussão do evento, que tem como tema principal “Corpos (in)Visíveis”, abordou sobre como fortalecer a rede de apoio para mulheres vítimas de violência doméstica após a denúncia.

"É uma conversa que traz construção, principalmente para que possamos passar para outras pessoas e fortalecer o movimento. É pensar proteger a mulher e que ela viva e sobreviva"

Elaine Silva

Editora-chefe de A Gazeta e CBN Vitória

Elaine foi a mediadora da mesa, que contou com a presença da delegada Andréa Magalhães; Jacqueline Moraes, secretária de Estado de Políticas para as Mulheres do Espírito Santo; Rosely Maria da Silva Pires, professora e pesquisadora da Ufes; e Jucileia Santos Ribeiro, que, após sofrer violência doméstica por 14 anos, conseguiu há oito, sair da relação abusiva, denunciar o agressor e recomeçar.

Conversa entre setores

Lei Maria da Penha existe há 17 anos, porém a ampliação dela é vista como necessária.

"Como nós, como sociedade, podemos ampliar a lei? Incentivamos a sair de casa, mas e depois? Eu sou vítima e não tenho que me esconder"

Jucileia Santos Ribeiro

Já foi vítima de violência doméstica

Apoio para sair da casa do agressor, suporte para acolher os filhos das vítimas, oferta de psicólogo e estudo são alguns dos aspectos necessários apresentados pelas convidadas da mesa.

A interdisciplinaridade entre os setores da sociedade é um dos principais meios para conseguir oferecer à mulher meios para recomeçar. “Nós no Fordan (projeto de extensão da Ufes de enfrentamento às violências), por exemplo, temos núcleo de saúde, jurídico, educação, entre outros. Tem que ter isso. A conversa entre diferentes setores possibilita uma grande incremento no combate à violência de gênero”, afirmou Rosely. 

Além disso, a integração intersexual também é importante. Isso porque abrange os diferentes tipos de mulheres, como quilombolas, ciganas, indígenas, transexuais, para criação de políticas públicas e ações que alcancem todas elas.

Painel: Depois da Lei Maria da Penha, Cine Metrópolis, Ufes por Ricardo Medeiros

Tipos de violência

Em 2022, o número de feminicídios caiu no Espírito Santo, com 22 mulheres assassinadas, contra 39 em 2021. Porém aumentou a quantidade de tentativas contra a vida das mulheres. A legislação é apontada pela delegada Andréa como importante no combate a esse crime, mas reforça a importância de mais conscientização.

"A lei não é punitiva, é protetiva e assistencial. Ajuda a mulher a romper o silêncio. As denúncias vêm do empoderamento e do conhecimento do que é violência. A dificuldade da mulher é identificar que sofre um tipo de violência. É necessário conscientizar sobre os tipos de violência"

Andréa Magalhães

Delegada 

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