O Todas Elas, em parceria com o Crias Lab, um laboratório de fortalecimento das manifestações culturais urbanas da juventude com capacitação audiovisual, foi responsável por produzir o clipe de uma música que fala sobre mulheres empreendedoras e protagonistas. A obra, que será lançada no dia 4 de agosto, é da cantora, compositora e poetisa capixaba Beth MC. A gravação do audiovisual foi realizada dentro da Rede Gazeta.
A canção foi proposta em 2020 por A Gazeta para um projeto chamado Periferia Business. Os editores queriam que a composição fosse a trilha sonora para uma série de vídeos com depoimentos e entrevistas com mulheres empreendedoras das comunidades da Grande Vitória. Contudo, após a equipe da reportagem receber a letra, os planos mudaram.
“Quando recebemos a música, ficamos emocionados com a letra e com o que ela transmitia. Então, a gente decidiu não usá-la na matéria, mas fazer algo maior. Um membro dos Crias ficou sabendo da composição em outro projeto feito junto ao Todas Elas e perguntou se o trabalho de audiovisual feito neste ano pelo grupo poderia ser o clipe da música da Beth MC. Claro que nós achamos muito boa essa parceria, porque sabíamos que, se nós fizéssemos o vídeo, talvez o olhar não fosse das pessoas que vivenciam o que a música diz”, explicou a editora-chefe de A Gazeta, Elaine Silva.
Com a parceria formada para a produção do audiovisual, o Crias realizou a seleção dos participantes para a criação de roteiro, figurino e cenário para música da Beth MC.
Ao todo, 20 alunos de bairros periféricos da Grande Vitória com idades de 18 a 35 anos foram escolhidos entre 100 inscritos para compor a equipe. O laboratório audiovisual tem um sistema de cotas que destina 50% das vagas para autodeclarados pretos, pardos ou indígenas. Além disso, prioriza pessoas de baixa renda. Tanto que 80% dos alunos que trabalharam no clipe são pessoas de baixa renda.
De acordo com a coordenadora pedagógica do laboratório, Zanete Dadalto, para realizar a produção, os alunos fizeram a parte teórica nos primeiros dias; depois, tiveram um laboratório visual com a compositora da música e, em seguida, leram e trabalharam nas cenas, figurino e cenário em equipes.
“Em termos de cenário, eles prepararam tudo no final de semana, o que foi uma verdadeira loucura. Nós temos várias equipes, entre elas de figurino, cabelo e maquiagem. Foram eles que correram atrás de tudo que fosse necessário para que, no dia da gravação, tudo estivesse 100%”, explicou a coordenadora.
A artista convidada que escreveu a música contou que está feliz por participar do trabalho tão colaborativo.
“Para mim, é incrível ser um trabalho colaborativo. A partir do momento que a letra chega para as pessoas que estão participando da oficina, elas também têm a oportunidade de colocar a identidade delas ali. Acaba que agora não é só algo que é meu por si só, é algo que é compartilhado entre nós. Tivemos a oportunidade de conversar. Eu expus o que eu esperava do clipe, e a galera expôs as ideias deles”, disse a artista.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta