"É um feminicida clássico". Assim a delegada Raffaella Aguiar, titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), classificou Isaías Júnior Carvalho, de 41 anos, que confessou ter matado a própria esposa, a atendente de padaria Mirelle Figueiredo, no bairro Camará, na Serra.
O crime foi por um motivo banal, segundo relato do próprio Isaías: os dois discutiram, segundo o acusado, porque ele não teria gostado de ver a esposa xingando. Após a discussão, Mirelle saiu para trabalhar e foi morta pelo marido com um tiro na cabeça a caminho do trabalho.
"É um feminicida clássico porque ele tenta justificar o crime bárbaro, que não tem justificativa, tentando desqualificar a vítima", comentou a delegada.
Isaías ainda participou do velório e do enterro da vítima e só se apresentou na delegacia após perceber que os policiais civis já estavam no bairro onde eles moravam para colher informações sobre o caso.
O assassino chegou na delegacia usando a aliança dele e da vítima. Questionado pela delegada sobre o motivo do uso, ele respondeu que amava a esposa. A delegada disse que rebateu: "Falei com ele que quem ama não mata. Não mata".
Isaías contou que achou a arma usada no crime na rua, depois que um criminoso a descartou perto da casa do casal antes de uma abordagem policial. O marido da vítima foi levado para o Centro de Triagem de Viana. Ele e Mirelle eram casados há 11 anos e tinham uma filha de 7.
O nome da vítima de feminicídio é Mirelle Figueiredo Peruzia, e não Mirela, como informado originalmente pela reportagem. O texto foi alterado.
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