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Empreendedoras mostram relação de negócios de sucesso e necessidade

Empreendedoras mostram relação de negócios de sucesso e necessidade

Palestra do Todas Elas na 1° Mostra do CineMarias abordou o tema "Comunicação e empreendedorismo periférico", dando luz à história de mulheres que estão transformando suas realidades por meio dos negócios

Publicado em 1 de setembro de 2022 às 16:19

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Palestras
Palestras "Comunicação e empreendedorismo periférico" no primeiro dia d. (Carlos Alberto Silva )

Coragem de empreendedor, importância de ter rede de apoio, valorização de histórias de mulheres que estão mudando a sua realidade por meio dos negócios. Todos esses assuntos foram discutidos na manhã desta quinta-feira (1°), na palestra de abertura do projeto Todas Elas, de A Gazeta, na 1° Mostra CineMarias, realizada no Cine-Metrópolis na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).  

Com o tema “Comunicação e Empreendedorismo Periférico”, o bate-papo foi iniciada pela editora chefe de A Gazeta e CBN, Elaine Silva, que destacou a  trajetória do Todas Elas, desde o seu lançamento, em 2020.

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Estamos na quarta fase do Todas Elas. Nesses dois anos, já falamos sobre mulheres inspiradoras, violência, educação e, agora, chegou a vez de falar sobre empreendedorismo. É uma forma de estimular e valorizar as mulheres que, muitas vezes, empreendem por causa da necessidade e conseguem se destacar em seus negócios, mesmo diante de dificuldades.

Elaine Silva 
Editora chefe de A Gazeta e CBN
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Elaine Silva, editora-chefe de A Gazeta e CBN, falou sobre o projeto Todas Elas.
Elaine Silva, editora-chefe de A Gazeta e CBN, falou sobre o projeto Todas Elas. . (Carlos Alberto Silva)

Mediado pela empreendedora Manuela Amaral, a discussão contou também com a participação da jornalista Késia Moura, da trancista Mayara Queiroz, da gestora de projetos do Semente Negócios Josy Santos, e da Gerente de Comunicação e Relações Institucionais da ArcelorMittal, Jennifer Coronel.

Durante o bate-papo, que foi transmitido on-line no site A Gazeta e contou também com tradução em libras para o público virtual, as participantes contaram as suas histórias de empreendedorismo e superação, além de destacar a importância de uma rede de apoio para lidar com as adversidades do dia a dia.

Manuela Amaral, mediadora do evento, comentou que a sua história de empreendedorismo começou quando ela ainda era criança e morava no bairro Santa Martha, em Vitória, onde está localizada a região de Mangue Seco.

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Minha mãe começou a empreender na janela da nossa casa, vendendo bebidas para ajudar na nossa renda. Na periferia, o empreendedorismo faz parte da realidade, na maioria das vezes, por necessidade.

Manuela Amaral
Empreendedora 
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Já a trancista Mayara Queiroz, que há quatro anos exerce essa profissão, contou as dificuldades que ainda enfrenta em seu ofício.

“Eu sou cabelereira? Não. Eu sou trancista. Mas quando eu vou preencher algum cadastro, essa profissão, que é uma técnica herdada dos nossos antepassados negros, não existe. Hoje tenho orgulho de ir ao shopping e ver a quantidade de meninas e mulheres trançadas, mas nem sempre foi assim.”, comentou.

A gestora de projetos do Semente Negócios, Josy Santos, destacou que a luta da mulher no empreendedorismo tem que passar por realidades ainda desconhecidas pela maioria da população e que a rede de apoio para lidar com as adversidades fará toda a diferença para o sucesso dos negócios.

“Eu sou filha de uma mulher vítima de feminicídio. Olhar para o nosso passado e conseguir forças para transformar o futuro não é fácil, mas eu me formei em Administração, sou gestora de projetos e sei que a luta da mulher nos negócios é diária. A rede de apoio é fundamental nesse processo. Mas vale lembrar que nessa rede de apoio, os dois lado são beneficiados. Uma parceria é formada, e isso é fundamental nos negócios”, ressaltou.

A jornalista Késia Moura, que também é empreendedora, ressaltou a importância da comunicação para impulsionar os negócios criados por mulheres.

“Na periferia, como foi falado, a gente percebe que a mulher se lança ao empreendedorismo por necessidade, para colocar um prato de comida na mesa, para dar uma roupa a um filho. A comunicação vai ser decisiva para impulsionar esses negócios”, salienta.

EMPRESAS NÃO ESTÃO PREPARADAS PARA FALAR DE DIVERSIDADE

No bate-papo, foi questionado sobre como é desempenhar um papel de liderança em um ambiente corporativo. Para a gerente de comunicação e relações institucionais Jennifer Coronel, da ArcelorMittal,  as empresas não estão preparadas para falar sobre diversidade, seja de gênero ou de raça.

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O grande desafio é tornar isso orgânico, tornando os ambientes corporativos inclusivos. Para isso, a comunicação é fundamental. As pessoas precisam se reconhecer no outdoor da empresa, no banner das redes sociais . Sobretudo, a empresa precisa implementar metas para garantir essa inclusão.

Jennifer Coronel
Gerente de Comunicação e Relações Instituicionais da ArcelorMittal
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Diante dessa pergunta, a editora Elaine Silva aproveitou o momento para falar sobre o quanto o projeto Todas Elas foi importante para que ela revisitasse o seu próprio propósito de vida.

“Eu cresci na região de Caratoíra, periferia também. Minha avó era boleira, sou de uma família de mulheres fortes. Eu casei com um homem negro e tenho uma filha preta. Em 94 anos de Rede Gazeta, sou a primeira editora-chefe de redação, que é um ambiente majoritariamente feminino. Agora é hora de contar essas histórias e mostrar que outras mulheres também podem exercer cargos de lideranças, que também podem ser protagonistas de suas histórias”, disse.

APRENDIZADO E VALORIZAÇÃO DAS MULHERES 

A psicóloga clínica Adriana Adão, de 39 anos, foi à palestra com o intuito de aprender sobre comunicação e empreendedorismo periférico, a fim de levar esse conhecimento para a sua vida profissional e para sua comunidade. 

“Eu sou psicóloga clínica, e atendo em um espaço de Pilates junto com uma fisioterapeuta, em Jardim Tropical, na Serra. Nós precisamos empreender para ter os nossos clientes. O nosso maior público são mulheres negras. Fiquei sabendo da palestra e vim saber o que posso aplicar no meu dia a dia”, destacou.

Adriana Adão, psicólogo clínica, foi à abertura da 01° Motra CineMarias
Adriana Adão, psicólogo clínica, foi à abertura da 01° Motra CineMarias. (Carlos Alberto Silva)

Quem também estava na palestra é a artista Ana Beatriz Marinho, de 31 anos, que vai participar da exibição de curtas-metragens na Mostra CineMarias. 

“Eu estou com o curta-metragem 'Entre',  trata- se de uma ficção sobre duas mulheres que se conhecem pela janela da casa delas, mas entre elas existe o Rio Tietê. Elas vão nutrindo o desejo uma pela outra… mas o final da história o público vai precisar vir aqui assistir para saber”, disse, em tom de mistério. 

Sobre a expectativa para o evento, a artista destacou que são as melhores. “Estou super feliz de estar retornando às salas de exibição, depois de um tempo dos festivais sendo realizados somente on-line. O CineMarias é uma importante janela de exibição desses curtas. É um espaço de encontro, fortalecimento de rede, conhecer outras trajetórias.

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Muitas vezes, nos festivais de cinema que a gente circula, as mulheres são minorias. E esse evento nos mostra que podemos ser protagonistas, podemos ocupar esses espaços.

Ana Beatriz Marinho
Artista 
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A artista Ana Beatriz Marinho tem um curta-metragem que vai ser exibido na 01° Mostra do CineMarias
A artista Ana Beatriz Marinho tem um curta-metragem que vai ser exibido na 01° Mostra do CineMarias. (Carlos Alberto Silva)

LANÇAMENTO DE MÚSICA PARA O TODAS ELAS

Ao final da palestra, foi lançada a música “O mundo todo é delas”, feita para projeto Todas Elas, pela Beth MC.

“Espero que vocês gostem e tenho certeza que todas as mulheres vão se sentir muito representada por essa música. Começamos a prepará-la em 2020, a letra fala sobre mulheres que têm obstáculos, mas também têm a garra do seu dia a dia”, disse a cantora.

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA

QUINTA-FEIRA, 1º DE SETEMBRO

SEXTA-FEIRA, 2 DE SETEMBRO

SÁBADO, 3 DE SETEMBRO

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