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ES vai criar índice para medir desigualdade de gênero

ES vai criar índice para medir desigualdade de gênero

Atlas das Mulheres vai retratar as realidades femininas capixabas para promover mais igualdade e fornecer dados segmentados visando políticas públicas

Publicado em 14 de novembro de 2024 às 18:38

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Atlas quer identificar e compreender realidade das mulheres capixabas.
Atlas quer identificar e compreender realidade das mulheres capixabas. (Freepik)
Julia Camim
Jornalista / [email protected]

A fim de compreender a realidade e pluralidade das mulheres no Espírito Santo, a Secretaria Estadual das Mulheres lançou, nesta quinta-feira (14), um estudo que busca combinar dados quantitativos e qualitativos sobre as capixabas para promover a igualdade de gênero. O Atlas das Mulheres do Espírito Santo deve possibilitar o reconhecimento das diferentes formas de ser mulher no Estado, de acordo com a secretária da pasta, Jacqueline Moraes.

“Queremos saber mais sobre a empregabilidade das mulheres, a questão socioeconômica, a sua relação social com o seu território. Porque uma das faltas que nós temos na Secretaria é trabalhar a interseccionalidade”, explica Moraes.

Além de consolidar e qualificar os dados estatísticos e numéricos sobre a realidade feminina — como os fornecidos pelo Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) — disponibilizando-os no Observatório de Política para as Mulheres, o estudo tem como meta a criação do Índice de Desigualdade de Gênero (IDG), que fundamenta a avaliação de políticas públicas para mulheres.

Dividido em 18 segmentos que indicam recortes de pertencimento territorial, étnico-racial e de participação social e política, o Atlas deve suprir as lacunas apontadas pela secretária Estadual das Mulheres. “A mulher negra quilombola tem necessidades específicas diferentes da mulher negra urbana. Fazendo o recorte dessa interseccionalidade é que conseguimos entender essas especificidades”, afirma Jacqueline Moraes.

O estudo pretende abordar as vivências dos seguintes grupos femininos: mulheres de comunidades tradicionais, como quilombolas, indígenas, pomeranas e ciganas; do campo e da pesca; artistas e produtoras culturais; LBTI+, sendo as lésbicas, bissexuais, trans, intersexo e outras; políticas; parteiras e doulas; empreendedoras; periféricas; negras; atletas; jovens e idosas; mulheres com deficiências; privadas de liberdade; cientistas; trabalhadoras domésticas remuneradas; mães atípicas; lideranças religiosas; e as mulheres envolvidas com instituições que promovem o enfrentamento à violência de gênero.

ES vai criar índice para medir desigualdade de gênero

A necessidade da segmentação, de acordo com Moraes, é suprir a necessidade apontada pelo Plano Estadual de Políticas para as Mulheres do Espírito Santo de conhecer, de forma mais aprofundada, as realidades femininas de cada grupo.

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Vamos colocar histórias e rostos nos dados para gerar sensibilização dos governos

Jacqueline Moraes
Secretária Estadual das Mulheres
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Para coletar os dados qualitativos e entender as interações das mulheres com as estruturas e grupos sociais, serão adotados métodos participativos. A partir de rodas de conversa — que proporcionam a escuta ativa — e da escrevivência — relatos escritos de vida — as histórias femininas poderão ser retratadas.

O estudo será realizado em parceira com pesquisadores e especialistas do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher do Estado do Espírito Santo (Cedimes) e do Centro Universitário Faesa com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Secretaria de Direitos Humanos (SEDH), Secretaria da Justiça (Sejus) e Secretaria da Cultura (Secult).

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