Ana Carolina Rocha Kurth, de 24 anos, morta a facadas dentro do apartamento onde morava, no Centro de Vitória, era uma jovem estudiosa, reservada e queria engravidar do namorado, o universitário Matheus Stein Pinheiro, de 24 anos, apontado como principal suspeito do crime.
Na manhã desta quarta-feira (17), o suspeito se apresentou à polícia, mas foi liberado após prestar depoimento porque, segundo a Polícia Civil, estava fora do período de flagrante e também não havia mandado de prisão em aberto contra ele.
Em entrevista ao A Gazeta na tarde desta quarta, Daniel Rocha, de 32 anos, que é 2º tenente médico no Exército e primo de Ana Carolina, disse que desde criança a jovem sempre foi mais calada e, pelo que a família soube, o casal tentava engravidar há cerca de dois meses.
O primo também disse que a família não sabia que Ana Carolina era agredida, como contaram vizinhos do casal.
"Nossa família não tinha noção de nada disso. Não tinha noção da violência dele. Até onde soubemos, a família dele tinha conhecimento, mas não fez nada", contou Daniel.
Segundo a família, após o crime, o suspeito teria apagado todas as fotos de Ana Carolina do perfil de uma rede social da jovem.
"Ele teve acesso ao celular dela e apagou a rede social e todas as fotos", contou o primo de Ana Carolina.
Vizinhos contaram ao site de A Gazeta nesta terça-feira (16) que, ao ser questionado sobre o barulho vindo do apartamento, o homem teria dito, ao ser flagrado saindo do imóvel com roupas limpas, que ia para a faculdade. Logo depois, ele fugiu com uma mochila caminhando em direção à parte baixa da Rua Gama Rosa.
Ana Carolina nasceu em Vitória e morou até os três anos na zona rural de Santa Maria de Jetibá, na Região Serrana do estado. Como a família queria dar mais oportunidade de estudo para a jovem e a irmã, ela passou a morar em Jardim da Penha, na Capital, com a tia, considerada sua mãe de criação.
Depois de concluir o ensino médio, a jovem ingressou na faculdade de Medicina Veterinária em 2018, mas abandonou o curso porque preferiu trabalhar para poder morar sozinha e ter a própria vida.
Casal se conheceu na escola, mas só se relacionou após reencontro há 6 meses
O tenente do Exército Daniel Rocha contou que a prima e o namorado se conheceram ainda na escola, onde cursaram os ensinos fundamental e médio, mas só se relacionaram ao se reencontrarem há cerca de seis meses em um centro espírita de Vitória.
Com três meses de namoro, o casal foi morar no apartamento onde a jovem foi assassinada, na Rua Gama Rosa, no Centro de Vitória, e que pertencia ao pai do jovem.
Durante o namoro, ela deixou o emprego e passou a depender financeiramente do namorado.
Ana Carolina deixou duas irmãs mais velhas, uma de 39 e outra de 27. A família agora luta para que o assassino da jovem seja preso.
"É uma perda irreparável. Uma revolta muito grande. A sensação que a gente tinha de tristeza está se transformando em revolta. Dá uma sensação que pode ter impunidade em um caso como esse. Um estado igual ao nosso, onde matam tantas mulheres. Estamos reunindo testemunhas, trabalhando para que ele seja preso", disse o primo de Ana Carolina.
Tânia Madalena Rocha, tia e mãe de criação de Ana Carolina fez um desabafo durante o sepultamento da jovem na tarde desta terça-feira (16) e contou à TV Gazeta que o suspeito de cometer o crime foi o primeiro namorado da sobrinha.
"Primeiro namorado, um monstro passou na frente da minha filha e eu não pude defender. Eu não pude cuidar, eu não pude proteger. É isso que me revolta. Eu quero justiça, quero esse homem preso", disse a tia e mãe de criação da jovem assassinada.
*Com informações do g1ES
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